Consumo de gás na União Europeia vai cair drasticamente.
Bruxelas afirma ter diminuído a dependência energética da Rússia.
A demanda por gás na União Europeia deve cair mais do que o total de importações do bloco da Rússia este ano, informou o Financial Times na quinta-feira, citando um documento interno da Comissão Europeia.
A maioria dos cortes foi feita pelos países mais industrializados da União Europeia.
O consumo de gás terá uma queda de 60 bilhões de metros cúbicos em 2023 em comparação com a média dos últimos cinco anos.
O valor representa “mais do que os volumes de gás que ainda prevemos importar da Rússia em 2023, tanto gasoduto como [gás natural liquefeito]”
Lê-se no documento a que o Financial Times teve acesso.
O número também é 8 bilhões de metros cúbicos a mais do que os países da União Europeia economizaram durante o auge da crise energética em 2022.
A queda substancial na demanda não foi simplesmente “boa sorte”, afirmou o comissário de Energia da União Europeia, Kadri Simson, em uma reunião na quarta-feira.
Em vez disso, ela alegou que resultou de uma série de leis de emergência adotadas no ano passado em uma tentativa de diminuir a dependência do bloco de suprimentos da Rússia.
Ao mesmo tempo, especialistas em energia citaram o inverno ameno de 2022 como ajudando os membros da União Europeia a consumir menos energia, enquanto os preços altos resultaram em indústrias com uso intensivo de energia reduzindo a produção.
No ano passado, os estados membros concordaram em reduzir voluntariamente o consumo de gás em 15% de agosto de 2022 a março de 2023.
O poder executivo da União Europeia disse que a meta foi superada e o acordo foi prorrogado por mais 12 meses em março.
De acordo com um relatório do European Environmental Bureau, citado pelo Financial Times, apenas 14 dos 27 países da União Europeia adotaram medidas compulsórias para reduzir o consumo de energia.
Cinco dos 14, Alemanha, França, Itália, Espanha e Portugal, responderam por 60% da queda na demanda, enquanto Bulgária, Letônia e Romênia foram os únicos estados membros que não implementaram nenhuma regulamentação de economia de energia.
Isso é parcialmente atribuído à já baixa demanda de gás nesses países.
“As medidas mais robustas de economia de gás foram implementadas em países que importam grandes quantidades de gás russo, como Itália e Alemanha”
Diz o relatório visto pelo FT.
A União Europeia anteriormente cobria cerca de dois quintos de suas necessidades de gás por meio de importações de energia da Rússia.
Segundo dados preliminares da CE, as importações de gás russo pelo bloco em março foram 74% menores do que no mesmo mês há dois anos.
