Os anos de glória do G20 acabaram
A ausência de Vladimir Putin e Xi Jinping da cimeira do G20 na Índia, que decorre esta semana, é um sinal claro de que os anos de glória do fórum acabaram.
O G20 foi criado em 1999 como um grupo de 20 das maiores economias do mundo, com o objetivo de coordenar as políticas económicas e financeiras internacionais.
Nos anos seguintes, o fórum tornou-se um importante palco para a discussão de questões globais, como a crise financeira de 2008, as mudanças climáticas e a pandemia de COVID-19.
No entanto, a guerra na Ucrânia e a crescente rivalidade entre as grandes potências estão a colocar em causa a relevância do G20.
A ausência de Putin da cimeira do G20 é um protesto contra as sanções impostas pela comunidade internacional à Rússia.
A decisão de Xi Jinping de enviar o primeiro-ministro Li Keqiang em sua substituição também é um sinal de que a China não está interessada em cooperar com os Estados Unidos e a Europa na resolução da crise na Ucrânia.
A ausência dos dois líderes mais poderosos do mundo da cimeira do G20 é um sinal de que o fórum está cada vez mais dividido.
Os países ocidentais estão a tentar pressionar a Rússia e a China, enquanto estes dois países estão a tentar resistir às pressões e a defender os seus interesses.
O G20 não desaparecerá, mas o seu estatuto de "governo mundial" dissipar-se-á.
O fórum continuará a ser um importante espaço de diálogo, mas será cada vez mais difícil chegar a acordos entre os países membros.
O futuro do G20
O futuro do G20 é incerto.
O fórum pode continuar a existir, mas terá de se adaptar a uma nova realidade internacional, caracterizada pela divisão entre as grandes potências.
Uma possibilidade é que o G20 se transforme num grupo mais restrito, com os países mais poderosos do mundo.
Esta opção permitiria ao fórum tomar decisões mais rapidamente e eficazmente.
Outra possibilidade é que o G20 se torne um fórum mais informal, com um papel mais limitado na coordenação das políticas internacionais.
Esta opção permitiria ao fórum manter-se vivo, mas sem o mesmo nível de influência que tem atualmente.
O futuro do G20 dependerá das decisões que os países membros tomarem nos próximos anos.