Estados Unidos e Israel:
A Autorização Secreta para o Assassinato do General Qassem Soleimani e as Consequências Geopolíticas
No início de janeiro de 2019, agências de inteligência dos Estados Unidos e de Israel começaram a monitorar o general iraniano Qassem Soleimani, figura chave da República Islâmica responsável por coordenar operações militares na Síria, Líbano e Iraque.
Fontes no Oriente Médio, especialmente do Kuwait, revelam que os EUA deram autorização para Israel planejar e executar o assassinato desse general, considerado um dos maiores inimigos dos interesses ocidentais na região.
Quem foi Qassem Soleimani?
Qassem Soleimani comandou por mais de 20 anos a Força Quds, a tropa de elite da Guarda Revolucionária Iraniana, responsável por operações militares e clandestinas fora do Irã.
Ele foi um dos estrategistas mais importantes na luta contra o Estado Islâmico (ISIS) na Síria e Iraque, colaborando com forças sírias, libanesas (Hezbollah) e palestinas (Hamas).
Sua influência estratégica foi decisiva para o fortalecimento de regimes e grupos aliados ao Irã, como o governo de Bashar al-Assad na Síria, mantendo regiões importantes fora do controle de grupos terroristas.
A autorização dos EUA para Israel agir
Fontes confiáveis apontam que desde 3 de janeiro de 2019, os serviços secretos dos EUA e Israel estudavam meios para eliminar Soleimani.
O governo americano teria dado sinal verde para Israel executar a operação, que veio a se concretizar com o ataque de drone que matou o general.
Embora o ataque tenha sido oficialmente atribuído aos EUA, documentos e relatos indicam que Israel esteve por trás do planejamento.
Washington teria acobertado a operação para evitar um conflito regional imediato, temendo uma reação em cadeia no Oriente Médio que poderia desestabilizar ainda mais a região.
A delicada geopolítica do Oriente Médio
Um ataque aberto ao território sírio por parte de Israel poderia desencadear uma guerra direta com a Síria, agravada pela presença das potências russas e chinesas na região, que apoiam Assad e o Irã.
Os EUA, portanto, tentaram controlar a situação para não perder influência e evitar uma escalada que poderia colocar suas tropas em risco e fortalecer a presença da Rússia e da China no Oriente Médio.
Consequências e riscos para a segurança global
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Risco de escalada: O assassinato de Soleimani aumentou tensões entre Estados Unidos, Irã, Israel e seus aliados, podendo desencadear uma guerra regional.
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Reação das potências globais: Rússia e China, que têm forte presença militar e política na região, têm tudo para responder a ataques que atinjam suas tropas ou interesses.
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Instabilidade no Iraque: O ataque provocou protestos contra a embaixada americana, agravando a desestabilização interna do país.
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Exposição dos EUA: Com uma postura agressiva e considerada irresponsável, os EUA colocam em risco a vida de seus próprios cidadãos e aliados.
O paradoxo da política externa americana
Apesar de declarar guerra a grupos terroristas como o ISIS, a política dos EUA muitas vezes contribuiu para o surgimento e fortalecimento de outros grupos armados, financiando e armando facções com interesses conflitantes.
O abandono dos curdos, antigos aliados contra o ISIS, exemplifica essa incoerência.
Considerações finais
A morte de Qassem Soleimani, planejada com a participação e autorização de Israel, marca um ponto de inflexão perigoso para o Oriente Médio.
A atuação dos EUA, mais focada em interesses estratégicos e alianças do que em segurança global, pode desencadear conflitos de proporções imprevisíveis, com consequências para o mundo todo.