Estados Unidos Adotam Avaliação de Lealdade a Trump em Funcionários Públicos
O que antes parecia impensável no coração dos Estados Unidos agora começa a tomar forma: sob a liderança de Donald Trump, os Estados Unidos caminham para um modelo de governo cada vez mais parecido com o de regimes autoritários, e o mais preocupante, com apoio da população.
Segundo uma reportagem do Wall Street Journal (WSJ), a Casa Branca prepara uma avaliação de lealdade de funcionários públicos ao presidente, uma medida que levanta sérias preocupações sobre a independência institucional e a erosão da democracia no país.
O Novo Programa de Avaliação de Funcionários
De acordo com documentos obtidos pelo WSJ:
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O Escritório de Gestão de Pessoal (OPM), o departamento de recursos humanos do governo federal, foi encarregado de liderar um novo sistema de avaliação.
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A medida exige que altos funcionários públicos sejam julgados com base na sua "administração fiel da lei e das políticas do presidente".
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O principal critério de avaliação será o avanço da agenda de Trump, considerado "o elemento mais crítico" do desempenho.
O plano deverá ser implementado em todas as agências federais até o início do ano fiscal de 2026.
A Perseguição a Juízes e Funcionários
Essa nova diretriz surge em meio a uma série de movimentos preocupantes:
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Juízes e promotores federais que tomam decisões contrárias aos interesses de Trump têm sido publicamente atacados pelo ex-presidente e seus aliados.
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Funcionários públicos que se recusam a seguir cegamente as ordens do Executivo correm o risco de serem demitidos ou perseguidos.
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Há sinais claros de que o objetivo é transformar o funcionalismo público — que deveria ser apartidário — em um braço de apoio pessoal ao presidente.
Dois Pesos, Duas Medidas?
É inevitável a comparação:
Se China, Rússia ou qualquer país da América Latina implantassem uma avaliação de lealdade semelhante, aos Estados Unidos — especialmente influenciadores, políticos e a mídia — condenaria veementemente a medida, acusando tais governos de serem autoritários ou ditatoriais.
No entanto, quando ocorre nos Estados Unidos, observa-se uma reação muito mais tímida ou até de conivência entre setores da mídia e da sociedade.
Essa diferença de tratamento mostra o quanto o discurso de "defesa da democracia" pode ser hipócrita e politizado.
Riscos Para a Democracia dos Estados Unidos.
Especialistas alertam que as consequências desse tipo de política podem ser profundas:
Impacto | Consequência |
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Politização da burocracia federal | Perda de independência das agências |
Medo generalizado entre servidores | Redução da eficiência e transparência |
Atentado ao sistema de pesos e contrapesos | Fragilização das instituições democráticas |
Concentração de poder no Executivo | Risco real de autoritarismo |
Transformar o serviço público em um instrumento de lealdade pessoal rompe com princípios básicos que sustentam a democracia moderna, como a separação de poderes, meritocracia e a imparcialidade do Estado.
A adoção de uma avaliação de lealdade ao presidente por parte do funcionalismo público marca um ponto de inflexão histórico nos Estados Unidos.
Medidas como esta são típicas de regimes autoritários como o nazismo e de Stalin e fascismo de Mussolini, não de democracias consolidadas.
A questão que permanece é:
Se nem mesmo a principal democracia do mundo está imune à tentação do autoritarismo, quem poderá estar?
Enquanto muitos fecham os olhos ou minimizam a gravidade dos acontecimentos, cresce o risco de que o país mais influente do planeta se torne aquilo que por décadas disse combater: um regime de culto à personalidade, onde a obediência importa mais que a lei.