A Nova Era da Perseguição:
Como o Regime Trump Reacende Fantasmas do Passado na Caça a Imigrantes nos EUA
Durante o governo de Donald Trump, especialmente após seu retorno ao cenário político com propostas cada vez mais autoritárias, cresce uma inquietante semelhança entre as políticas de perseguição a imigrantes nos Estados Unidos e táticas de regimes totalitários do passado.
A integração entre órgãos como o FBI, a Receita Federal e o ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas) tem gerado um aparato de vigilância e repressão que vai muito além da fiscalização de fronteiras.
A Estrutura de Vigilância e a “Caça” ao Imigrante
Desde o primeiro mandato de Trump, a retórica contra imigrantes foi intensificada.
No entanto, relatos recentes indicam que essa retórica está sendo acompanhada de ações práticas que envolvem o cruzamento de dados fiscais, bancários e migratórios.
Em um movimento que preocupa defensores dos direitos civis, a Receita Federal (IRS) estaria colaborando com o ICE para rastrear endereços e movimentações financeiras de imigrantes sem documentação, com base em informações confidenciais fornecidas por empregadores e transações bancárias.
Além disso, há indicações de que o FBI tem atuado em parceria com o ICE em operações que miram comunidades inteiras de imigrantes, inclusive com escutas, vigilância digital e identificação de redes de ajuda mútua.
A tecnologia, como softwares de reconhecimento facial, geolocalização e análise de redes sociais, também estaria sendo usada de forma crescente para identificar e prender imigrantes, o que levanta questões éticas e legais.
A Máquina de Repressão e o Paralelo com o Passado Sombrio
A evocação de táticas semelhantes às utilizadas pelos nazistas com a máquina de decodificação Enigma — que permitia identificar judeus em fuga — não é mero exagero retórico.
A criação de um sistema que cruza dados civis com investigações de segurança nacional lembra os métodos usados por regimes totalitários para rastrear, isolar e eliminar grupos considerados indesejáveis.
Na década de 1930 e 40, os nazistas usaram informações demográficas, registros de batismo, histórico de trabalho e denúncias de vizinhos para localizar judeus e deportá-los para campos de concentração na Polônia.
Hoje, ao invés de campos, os EUA têm centros de detenção superlotados, com condições desumanas, em estados como Texas, Arizona e Novo México — e as deportações crescentes têm como destino países instáveis, como El Salvador e Honduras, onde a sobrevivência dos deportados nem sempre é garantida.
O Impacto nas Comunidades e na Identidade Americana
A criminalização da imigração não afeta apenas os sem documentos.
Latinos, asiáticos e africanos legalizados, residentes permanentes e até cidadãos americanos descendentes de imigrantes relatam aumento da vigilância, do racismo institucional e do medo de retaliação.
Igrejas, escolas e hospitais, antes considerados zonas seguras, agora são locais de prisões e interrogatórios.
A promessa de Trump de fazer um governo "para os americanos de verdade" tem servido para dividir o país e alimentar políticas discriminatórias.
Se a base de apoio vê isso como "restauração da ordem", críticos denunciam o avanço de uma agenda autoritária que pode reescrever o que significa ser americano.
Vigilância, Controle e Riscos à Democracia
O uso de estruturas estatais para perseguir imigrantes não apenas viola princípios fundamentais dos direitos humanos, mas também mina as bases da democracia americana.
Quando Receita Federal, FBI e agências de imigração se unem para formar uma rede de perseguição sistemática, não estamos diante apenas de uma política de fronteira — mas sim de um sistema de repressão interno.
O risco real é que os alvos de hoje — os imigrantes — podem ser apenas o começo.
Quando o governo passa a usar sua máquina estatal para eliminar a oposição ou "os diferentes", a história nos mostra que todos podem se tornar vítimas.