Emirados Árabes Unidos Aumentam Compras de Produtos Brasileiros Após Tarifas de Trump
Tarifas americanas e migração do comércio
As tarifas de até 50% impostas pelos EUA sobre uma série de produtos brasileiros — como café, carne, suco de laranja e derivados — vulnerabilizaram as exportações do Brasil, incentivando o país a buscar novos mercados.
Mudança para o mercado árabe
De olho nesse cenário, os países árabes, principalmente os Emirados Árabes Unidos, se tornaram destinos estratégicos para absorver os volumes reduzidos pela nova carga tributária americana.
Eles oferecem tarifas significativamente mais favoráveis, variando de zero a 6% em carnes e até 0% em café verde, frente aos altíssimos 50% dos EUA
Crescimento nas exportações aos EAU
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Em 2024, os exportadores brasileiros venderam cerca de US$ 4,5 bilhões em produtos agrícolas e alimentícios para os Emirados, um crescimento de 43,6% em relação a 2023
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No primeiro semestre de 2024, as exportações para os EAU aumentaram 45,5% em relação ao ano anterior, impulsionadas principalmente por carnes, açúcar, etanol, café e produtos florestais
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As compras de carne bovina praticamente triplicaram (alta de 238%) no mesmo período — de 28 mil toneladas em 2023 para mais de 95 mil toneladas em 2024 — com valor elevando de US$ 125 milhões para US$ 435 milhões
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Já o segmento de máquinas e equipamentos registrou um crescimento impressionante de 400% em janeiro de 2025, passando de US$ 4 milhões para US$ 23 milhões em um ano.
Em busca de parcerias estruturadas
O avanço nas relações comerciais ganhou reforço diplomático.
O Brasil intensificou seus esforços de negociação com os EAU dentro do Mercosul, visando acordos de livre comércio.
Esse movimento ocorre em paralelo a uma ofensiva global liderada pelo bloco sul-americano para diversificar os destinos das exportações
As políticas protecionistas dos EUA abriram caminho para que os Emirados Árabes Unidos se consolidem como importador-chave de produtos brasileiros, impulsionando exportações em áreas como carne, café, açúcar, etanol, máquinas e equipamentos.
Essa realocação do comércio não apenas ajuda os produtores brasileiros a mitigarem os impactos das tarifas americanas, mas fortalece um relacionamento bilateral estratégico, com potencial de se expandir ainda mais em setores como alimentos e tecnologia agroindustrial.