Brasil diversifica destinos das mangas após tarifas de Trump
Com a tarifa de 50% sobre mangas brasileiras imposta pelos EUA, produtores do Nordeste diversificam mercados e buscam alternativas na Europa, Canadá e Ásia.
Contexto e impacto imediato da tarifa
Em agosto de 2025, o governo dos EUA implementou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, incluindo mangas, como parte de uma estratégia política retaliativa.
O setor de manga, especialmente no Vale do São Francisco, principal polo nacional, sentiu os impactos imediatamente: embarques previstos para os EUA foram suspensos, e o volume de frutas em maturação ameaça inundar o mercado interno
Consequências para a produção e economia local
A manga brasileira é a fruta mais exportada do país, com receita recorde de US$ 312 milhões em 2023 e alta de 52% em relação ao ano anterior.
Dos embarques em 2023, 15% foram direcionados aos EUA, enquanto cerca de 80% seguiram para a Europa, com destaque para a Holanda, Espanha e Reino Unido.
O Vale do São Francisco produz 92% da manga exportada pelo Brasil, gerando milhares de empregos e renda para pequenos e grandes produtores
Estratégia dos produtores: nova rota comercial
Diante da janela fechada para os EUA, o setor agrícola está rapidamente se mobilizando:
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Buscando remeter manga para a Europa, Canadá e até outros mercados fora dos EUA
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Estimulando o mercado interno, embora ele não suporte o excedente produzido nesse período.
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Empresas exportadoras exploram missões comerciais, certificações de qualidade e divulgação da marca da manga brasileira, visando compradores premium.
Panorama econômico e próximos passos
O setor demonstra resiliência, mas apenas até certo ponto.
Com as vendas aos EUA inviáveis, os preços despencam — de cerca de R$ 6/kg no início do ano para menos de R$ 0,80/kg, especialmente na variedade Tommy.
A primeira linha de resposta vem em duas frentes:
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Diplomacia econômica, com o Brasil a trilhar caminhos alternativos junto à WTO e a buscar apoio multilateral
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Promoção de exportações via ApexBrasil, incentivando acesso a novos mercados e missões comerciais.
A tarifa de 50% imposta pelos EUA constitui um marco crítico para o setor de manga brasileira.
A reação dos produtores — diversificar destinos de exportação, investir na marca nacional e buscar novas parcerias comerciais — mostra força, ainda que barreiras estruturais e de infraestrutura permaneçam.
Este momento reforça a importância de estratégias proativas, apoio governamental robusto e internacionalização do agronegócio brasileiro como pilares para enfrentar crises comerciais