As ações criminosas;
A própria polícia estima que 80% dos pontos de drogas no Estado de São Paulo estejam sob o comando do PCC.
É no tráfico de entorpecentes que eles ganham a maior parte do dinheiro.
Mas também estão presentes em outras modalidades de crimes.
Seqüestros;
A maioria deles tem as mãos do PCC que se especializou em fazer os mais longos seqüestros da história da cidade.
Chegam à sofisticação de usar diferentes quadrilhas no mesmo seqüestro para evitar que muita gente saiba para onde a vítima foi levada.
Assim uma quadrilha faz o levantamento da vida da vítima, como um serviço de investigação do crime e a arrebata.
Em seguida, entrega para outra quadrilha que leva o seqüestrado para o cativeiro o deixa lá, aos cuidados de outra quadrilha que será a encarregada de “cuidar” da vítima enquanto o seqüestro durar.
Em geral, esta terceira quadrilha muda de cativeiro para que a quadrilha que entregou a vítima não saiba mais onde ela está.
O PCC até “terceirizou” o interlocutor, o homem que vai ligar para a família para pedir o resgate.
Contratado ele recebe;
1) As orientações de como falar com os familiares
2) Dicas da vida do seqüestrado.
Mas nem sequer o viu ou sabe onde é o cativeiro.
Tudo isso para evitar que a polícia encontre o local onde está o seqüestrado e acabe com a história antes do dinheiro ser recebido.
Quer dizer, se a polícia prender a primeira ou a segunda quadrilha, ou ainda, o “interlocutor” nenhum deles saberá dizer onde é o cativeiro.
Muitos empresários foram seqüestrados pelo PCC na capital e no interior.
Em 2006 o PCC fez seu primeiro seqüestro “político”.
Foi durante os ataques da facção.
Seqüestraram um repórter e um operador da TV Globo e exigiram, para devolver os dois profissionais, que a emissora colocasse no ar um vídeo gravado pelos bandidos, onde o PCC explicava o que era e o porquê dos ataques.
Disseram que era uma resposta ao governo do Estado que desrespeita os direitos dos presos e não aplica a lei das execuções penais nas cadeias de São Paulo.
A Rede Globo, temendo pela vida de seus funcionários, colocou o vídeo no ar e os dois voltaram para casa.
Roubo de cargas;
Muitas são as quadrilhas em São Paulo ligadas ao PCC especialistas em roubo de cargas.
Nas estradas e nas marginais de São Paulo, armados, rendem motoristas levam o caminhão e a carga embora.
1) Eletrodomésticos,
2) Móveis,
3) Remédios,
4) Cigarros.
Tudo é carregado pelos bandidos que revendem as cargas, em geral para comerciantes na periferia de São Paulo.
Parte do que conseguem no roubo vai para o caixa do PCC.
Existem até quadrilhas que não são ligadas ao PCC mas usam os “serviços” deles, alugando armas para:
1) Os assaltos.
2) Roubo a bancos.
Houve um tempo em São Paulo (de 1999 a 2003) que os assaltos a bancos eram diários.
As vezes de três a seis assaltos no mesmo dia.
Assim o PCC fortaleceu seu caixa.
Depois os bancos melhoraram o sistema de segurança, deixaram menos dinheiro em caixa e as ações da facção diminuíram, mas ainda há homens especializados só neste tipo de roubo.
Parte das quadrilhas do PCC que assaltavam bancos partiram para os assaltos a carros-forte, que também virou uma febre na cidade.
No início ameaçando jogar uma bomba contra os veículos, abordavam os vigilantes dos carros forte das empresas nas ruas.
Depois “descobriram” que era mais fácil levantar quem eram os gerentes destas empresas.
Passaram a ir na casa deles,
surpreendendo o profissional e seus familiares que são feitos reféns.
Bandidos, apontando armas para a cabeça das esposas e filhos dos gerentes, ficam na residência dele,
enquanto outra parte da gangue leva o funcionário até a empresa o obrigando a entrar e abrir o cofre.
Mais recentemente o PCC descobriu outro “filão”:
1) Roubar as sedes das empresas de transportes de valores.
2) Agências bancárias, cavando túneis e indo direto ao cofre.
Foi assim que fizeram o maior assalto da história do país e o segundo maior do mundo quando cavaram um túnel de 80 metros de comprimento, que saiu no cofre do Banco Central de Fortaleza.
Levaram R$ 170 milhões, o que equivale a 17 prêmios da mega-sena, acumuladas em dez milhões de reais cada uma.
Assassinatos;
Nesta guerra com a polícia, no dia-a-dia de seu mundo criminoso o PCC matou e mandou matar centenas de pessoas.
Um caso que deu muita repercussão foi o assassinato a sangue frio do juiz Antonio Machado Dias, o “Machadinho”, juiz corregedor de presídios de Presidente Prudente, interior de São Paulo, região onda há várias cadeias dominadas pelo PCC.
O juiz foi morto, numa emboscada, no meio da rua, quando saía de sua casa em direção ao trabalho.
Em 14 de Março de 2003, ele foi morto a tiros quando bandidos interceptaram seu carro e dispararam.
No início a polícia negou que a facção estivesse por trás da atrocidade.
Mas, um bilhete interceptado numa cadeia comandada pelo PCC, mudou o rumo das investigações.
Nele estava escrito:
“A caminhada é o seguinte:
o Machado foi nessa...
Este salve veio hoje pelo pessoal. Foi a Fia que passou.
A operação que faltava foi marcada e o paciente operado...”
Três meses depois da morte do magistrado a polícia concluiu que, aqui do lado de fora, sete pessoas, a mando do PCC, participaram do plano que acabou na morte do juiz.
O delegado Ruy Ferraz Fontes, que estava a frente das investigações, fez um relatório de cinco páginas sobre as conclusões, onde destacou:
“ ...estas evidências autorizam concluir que a facção criminosa Primeiro Comando da Capital ou PCC, capitaneados por “Marcola” expediram a ordem para que o juiz Machado fosse assassinado...
Mas como seria o meio mais inteligente de combater o crime organizado?
Seria atacar seu sistema financeiro, atacar seus pontos de lucro, tráfico, usuários, quem são seus fornecedores.
Outro meio seria rastrear o dinheiro e descobriu para onde vai e para que destino dão.