CAÇADORES DE RECOMPENSA
No Velho Oeste, quando criminosos como:
1) Jesse James
2) Butch Cassidy
Perambulavam pela cidade, os xerifes locais não tinham recursos para
rastreá-los sozinhos.
Então, eles penduravam pôsteres de "Procurado" pela cidade, oferecendo
recompensas por sua captura (Jesse James valia U$ 5 mil, o que era muito
dinheiro para a época).
Os
caçadores de recompensas iam, sem dó, atrás dos bandidos para conseguir uma
parte do dinheiro da recompensa.
Eles faziam o que fosse preciso para trazer os criminosos,
1) Mortos
2) Vivos
Atualmente ainda existe o estereótipo do caçador de recompensas vagabundo,
mesmo que os mais modernos caçadores de recompensas sejam;
1) Profissionais treinados
2) Licenciados.
O negócio "para todos" do Velho Oeste se transformou em profissão real e é
parte integrante do sistema de justiça americano, isso mesmo, Departamento de
Justiça Norte-Americano usa esse pessoal para recaptura foragido.
Vamos descobrir como funcionam os caçadores de recompensas:
Aprender sobre o histórico da profissional Bob Burton, um dos maiores
caçadores de recompensa do Estados Unidos, numa busca a um fugitivo.
Quando você vê uma história no noticiário que envolve a prisão de alguém, você
pode ouvir algo como "A fiança foi de U$ 100 mil".
Uma fiança é estabelecida para garantir que a pessoa responsável pelo crime
apareça na corte, lá existe habeas corpus, mas é bem diferente que vemos no
Brasil, lá um presidiário que consegue uma fiança ou habeas corpus, ele tem
que ter fiador de sua tutela para que comprometem a apresenta o réu na justiça
ou nas audiência que for convocado.
Lá quanto mais grave o crime,
maior a fiança.
Para os bandidos mais perigosos não se estabelecem fianças, pois eles
têm que ficar sob custódia da polícia, não tem habeas corpus ou redução
de pena.
Nem todas as pessoas acusadas de cometer crimes podem pagar suas fianças, que
chegam às vezes a centenas de milhares, senão milhões de dólares.
Nesses casos como fazem:
Um fiador proporia um documento de fiança, algo como um empréstimo, em troca
de uma porcentagem, normalmente 10%, da fiança total.
O fiador iria então assegurar o documento de fiança numa companhia de seguros.
O documento de fiança é a garantia de que o acusado aparecerá na corte na data
prevista da audiência.
Mas se ele decidir fugir da cidade e não ir à corte, o que 20% deles fazem?
O documento de fiança precisará ser pago e o responsável por isso será o
fiador é por isso que os fiadores normalmente exigem garantias do acusado,
como;
1) A escritura de um imóvel
2) O registro de um carro.
Pelo fato de serem responsáveis pelo valor do documento de fiança e de a
polícia nem sempre conseguir achar o criminoso(a), muitos fiadores contrata
caçadores de recompensas profissionais ou
recuperadores de fugitivos.
Como eles preferem ser chamados, para capturar os "fujões".
Mais de um
caçador de recompensa pode ser colocado atrás de um fugitivo, mas
os agentes profissionais não gostam de casos com muita competição.
Em troca de seus serviços, os caçadores de recompensa normalmente recebem de
10 a 20% do total do documento de fiança.
Um experiente
caçador de recompensas que trabalha em 80 a 150 casos por ano
pode ganhar de U$ 50 mil a U$ 80 mil anuais, mas os horários são longos e
cansativos.
As vezes 80 a 100 horas por semana, e o trabalho é duro.
"Como caçadores de recompensas,
1) Andamos em bairros ruins,
2) Conversamos com pessoas grosseiras,
3) Bebemos café frio
Procuramos pelos criminosos",
Diz Bob Burton, diretor da The National Enforcement Agency - Agência Nacional
de Cumprimento da Lei .
A grande recompensa é, ele diz, a adrenalina que dá prender alguém.
Burton se refere a isso como "adrenadólares": "por cada dólar que ganhamos
prendendo alguém, ganhamos U$ 1 mil em adrenadólares".
Segundo seus próprios cálculos, os caçadores de recompensas são mais eficazes
do que a polícia.
De acordo com a National Association of Bail Enforcement Agents -
Associação Nacional de Recuperadores de Fugitivos , eles prendem
aproximadamente 90% de todos os fugitivos.
A caça à recompensa é legal?
Sim, a caça à recompensa é legal, embora as leis estaduais variam no que diz
respeito aos direitos dos caçadores.
Em geral eles têm mais autoridade para prender alguém do que a polícia
local.
"Quando o réu assina o contrato de fiança, ele faz algo muito
importante:
Joga fora seus direitos constitucionais", diz Burton.
"Eles concordam que podem ser presos pelo recuperador de fugitivos e jogam
fora;
1) A extradição,
2) Permitindo que o caçador de recompensa o prenda em qualquer estado".
Tudo o que um caçador de recompensas precisa para prender alguém é de;
1) Uma cópia do "bail piece", o papel que indica que a pessoa é fugitiva,
3) Em alguns estados, de uma cópia autenticada do documento de fiança.
Ele (ou ela) não precisa de mandados, pode entrar;
1) Em propriedades privadas sem ser anunciado
2) Não tem que ler para o fugitivo seus direitos de Miranda antes de
prendê-lo,
3) Mas existem normas que regulam a profissão.
O contrato de fiança dá aos caçadores de recompensa o direito de;
1) Entrar na casa de um fugitivo,
mas só depois de ter certeza de que a pessoa mora ali.
2) Eles não podem entrar nas casas de amigos ou familiares para procurar pelo
fugitivo.
Alguns Estados exigem que os caçadores de recompensa sejam;
1) Licenciados,
2) Outros exigem que eles se registrem naquele(s) Estado(s).
Somente alguns Estados (Kentucky, Illinois e Oregon) proíbem que os caçadores
de recompensa prendam pessoas.
Nesses Estados eles precisam ter;
1) Uma ordem judicial,
2) Então o juiz pede que a polícia local prenda o fugitivo.
Algo que um caçador de recompensa nunca pode fazer é "caçar" fora dos Estados
Unidos.
Os caçadores de recompensa podem ser presos (e até feridos) se ultrapassarem
fronteiras internacionais.
Quando os caçadores de recompensa são pegosdo lado contrário da lei:
Duane Lee "Dog" Chapman.
Os caçadores de recompensa estão dentro da lei, mas às vezes acabam indo
para o lado contrário dela.
Em 2003, quando Duane Lee "Dog" Chapman capturou o estuprador condenado e
herdeiro da Max Factor, Andrew Luster, no México, ganhou muita atenção da
mídia e recebeu uma recompensa de U$ 1 milhão, mas também teve problemas com a
lei porque a caça à recompensa é ilegal no México.
Assim, o governo mexicano o prendeu.
Ele pagou fiança e foi solto, mas, numa troca irônica, Chapman deixou de ir à
corte quando deveria, tornando-se, assim, um fugitivo.
Em 14 de setembro de 2006, Chapman e dois de seus sócios foram presos no
Havaí sob as acusações de;
1) Detenção ilegal
2) Conspiração relacionadas ao caso da captura de Andrew Luster.
Chapman está atualmente na prisão, esperando sua extradição para o México.
Um dia na vida de um caçador de recompensas:
A caça à recompensa;
Os criminosos não fogem da lei com o objetivo de serem pegos.
Pelo fato de os fugitivos não se esconderem em lugares fáceis, os caçadores de
recompensa têm que ter muitos recursos.
Eles precisam pesquisar muito antes de tomar qualquer atitude.
Normalmente, começam pesquisando numa base de dados de;
1) Endereços,
2) Números de telefone,
3) Números de placas
4) Números de seguro social.
Tudo isso para encontrar o provável último paradeiro do fugitivo.
Uma vez que estão nas ruas, os caçadores de recompensa andam;
1) Pelos endereços
2) Locais freqüentados pelo fugitivo.
Eles podem pesquisar por meio da;
1) Correspondência da pessoa,
2) Rastrear conversas telefônicas
3) Falar com pessoas da área, que possam tê-lo visto.
Alguns caçadores de recompensa usam aparelhos de espionagem, como;
1) Câmeras de vídeo nas placas de saída.
2) Oculos de visão noturna, para perseguir fugitivos.
1) Revólveres,
2) Bastões ou outras armas,
Mas a arma mais poderosa que um caçador de recompensa pode ter é o elemento
surpresa.
Que geralmente significa aparecer;
1) Na porta do fugitivo no meio da noite.
2) Se fazer passar por um entregador da UPS.
3) Medidor de gás para ter acesso à casa da pessoa.
Perseguir criminosos pode ser um negócio perigoso e a ameaça sempre está
pesando sobre a cabeça de um caçador de recompensa.
"É muito difícil para uma esposa dizer:
'tenha um bom dia no trabalho', ao marido quando ele está saindo de casa à
meia-noite com um revólver.
Existe o fator preocupação", diz Burton.
Mas a violência normalmente não tem um papel importante na equação, primeiro
porque os criminosos mais violentos não saem da prisão pagando fiança
também porque a maioria deles não se mete em briga.
Menos de 3 a 4% das pessoas que Burton "caça" resistem à prisão e a maioria
delas não faz nada além de;
Tentar correr se esquivar.
A não ser que sua vida esteja em risco, um verdadeiro caçador de recompensa
nunca matará um fugitivo.
O motivo é parte integridade e parte finanças:
Eles têm de "trazê-los de volta vivos" para ganhar a recompensa.
Os caçadores de recompensa não podem nem "bater" nos fugitivos, pois as
prisões não os aceitarão com ossos quebrados ou grandes hematomas por causa da
responsabilidade legal.
Bob Burton é um dos caçadores de recompensa mais respeitados do país.
Ele está no ramo há 25 anos e durante esse período trouxe milhares de
fugitivos de volta para a justiça.
Só no ano passado seus agentes prenderam 20 mil pessoas.
Uma caçada típica para Burton começa com;
1) A ligação de um fiador.
2) Ele então vai até o escritório do fiador e obtém uma procuração.
O que lhe dá autoridade para prender o suspeito em nome do fiador.
Burton também pega informações pessoais sobre o acusado, como;
1) O número da Seguro Social,
2) Data de nascimento
3) Modelo do carro.
"Aí começamos a procurar pelo Judas", explica Burton.
O Judas é aquela pessoa que foi desdenhada pelo acusado e agora está querendo
entregar por onde ele anda.
Ele pode ser;
1) Um traficante de drogas,
2) Uma ex-namorada,
A pessoa que deu a garantia do documento de fiança e agora se sente traída até
mesmo a mãe ou o pai da pessoa.
Como qualquer predador eficiente, Burton precisa conhecer sua presa.
Ele descobre;
1) Onde o fugitivo gosta de ir,
2) Rastreia seus telefonemas
3) Investiga suas faturas de cartão de crédito.
Algumas vezes, Burton dá gorjetas de U$20 a U$300 para:
1) Seguranças
2") Porteiros de motéis.
Tudo isso para chamarem quando o fugitivo aparecer.
Burton diz ter vantagem sobre a polícia por não abordar a pessoa que quer
prender com um:
1) Uniforme
2) Distintivo de policial.
O cara que está sentado perto dele no bar, quieto, chamando reforços", diz
ele.
Escorar um fugitivo pode ser um processo dolorosamente longo.
Burton e sua equipe podem esperar durante horas ou até mesmo dias num
local.
Uma vez encontrado o fugitivo, sua prisão pode acontecer de várias
formas.
"Quando vamos pegar uma garota de 25 anos que passou um cheque sem fundos, não
a abordamos de forma agressiva.
Apenas dizemos:
'querida, venha conosco.
Não queremos colocar algemas em você' ", diz Burton.
Do outro lado estão criminosos mais durões, que resistem à prisão.
Algumas vezes, Burton e sua equipe tentam distrair o fugitivo.
Por exemplo;
Travando a fechadura de seu carro com papel para que ele tenha que ficar
mexendo ali por alguns minutos.
Em outros casos, eles têm que arrombar uma porta e levar a pessoa sob
custódia.
Burton então algema o suspeito, o coloca no banco de trás e o leva para
uma prisão do município em que ele(a) foi originalmente preso(a).
Burton já andou milhares de quilômetros com fugitivos pelo país.
Treinando para ser um caçador de recompensa:
Um número cada vez maior de escolas está oferecendo certificados e até
programas estudantis de caça à recompensa.
A maioria dos grupos de
caçadores de recompensa também patrocina seminários
sobre o assunto, mas as exigências reais do trabalho muitos recursos, inteligência
a perspicácia para pensar mais rápido, ser mais esperto do que o fugitivo, não
se aprendem num livro.
O melhor jeito de aprender é:
1) Saindo nas ruas
2) Fazendo o trabalho.
Muitos caçadores de recompensa são;
1) Ex-oficiais de polícia
2) Investigadores,
Mas não é necessário ter experiência em fazer cumprir a lei.
Homens e mulheres podem ser caçadores de recompensa.
O segredo é;
1) Conhecer as leis federais e estaduais
2) Agir profissionalmente,
Diz Burton, porque você tem que lidar com;
1) Juízes
2) Outros oficiais regularmente.
"Temos que ter uma sala de reuniões e de registros em mente", afirma
ele.
Histórico da caça à recompensa;
A caça à recompensa teve sua origem na Inglaterra, há centenas de anos.
No século XIII, a fiança era uma pessoa, e não uma quantia.
Uma pessoa ficava responsável pela guarda do acusado e, se ele não voltasse
para enfrentar seu castigo, o responsável poderia ser enforcado em seu
lugar.
Durante a época colonial, a América se baseou no sistema de fiança
estabelecido pelo governo da Inglaterra.
Em 1679, o Parlamento Britânico aprovou o Habeas Corpus Act, que pela primeira
vez garantiu que uma pessoa acusada fosse solta da prisão mediante o pagamento
de uma fiança em dinheiro.
Ele dizia:
... dentro de dois dias a parte deverá ser trazida à frente do Juiz Supremo ou
do Juiz ... deverá liberar o prisioneiro da cadeia, recebendo sua fiança com
uma ou mais garantias, numa soma por ele ponderada, levando em conta o(s)
tipo(s) do prisioneiro(s) e a natureza de seu crime, para que ele(s)
apareça(m) na corte do Tribunal Superior, o termo que segue...
Esse direito foi inserido na Constituição dos EUA mais tarde.
A oitava emenda da Constituição proibiu o estabelecimento de fianças
excessivas e o Judiciary Act de 1789, que estabeleceu o sistema judicial da
corte dos EUA, definiu os termos dos crimes afiançáveis.
A lei federal sobre fianças não foi modificada até o Bail Reform Act, de 1966,
que permitia que o prisioneiro fosse solto com a fiança mais baixa possível
para garantir seu retorno para o julgamento, embora o 1984 Bail Reform Act
permitisse que as cortes mantivessem pessoas acusadas sem fiança se fossem
consideradas muito perigosas para serem soltas.
O caçador de recompensa teve sua autoridade ampliada em 1873, com o caso da
Suprema Corte dos EUA Taylor contra Taintor.
Esse caso deu aos caçadores de recompensa autoridade para agir como agentes
dos fiadores.
Os caçadores de recompensa que estivessem atrás de um fugitivo poderiam:
1) "Persegui-lo até outro Estado"
2) Caso fosse necessário, "arrombar e entrar em sua casa".
Atualmente, cada estados tem suas próprias restrições quanto aos
caçadores de recompensa, mas a maioria deles dá aos caçadores de recompensa
locais a liberdade de perseguir e prender fugitivos dentro e além de suas
fronteiras.
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