A aquisição e transmissão de informações secretas não têm sentido se a informação não for analisada e trabalhada adequadamente.
O governante russo Josef Stálin recebia informações de vários agentes de que a Alemanha que romperia a aliança com a Rússia e atacaria o país durante a Segunda Guerra Mundial, mas ele se recusou a acreditar nisso.
As forças armadas russas não estavam devidamente preparadas quando veio o ataque alemão.
Os analistas de dados obtém informações de diversas fontes, não apenas de espiões, e desenvolvem um panorama geral de estratégias políticas do inimigo.
Essa informação é escrita em resumos para líderes políticos.
Enquanto a informação de uma única fonte pode não ser confiável, fontes adicionais podem ser usadas para confirmar os dados.
Por exemplo;
Os quebradores de códigos dos EUA haviam decifrado parcialmente o código Roxo dos japoneses durante a Segunda Guerra, e estavam certos de que o Japão estava planejando atacar a ilha Midway.
Não estavam completamente certos se estavam lendo corretamente no código japonês a palavra ilha (AF), entretanto, alertaram as tropas posicionadas em Midway para lançar uma mensagem de rádio espalhando que eles estavam com pouca água.
Rapidamente as comunicações japonesas foram interceptadas, reportando que AF estava com pouca água, o que confirmou o objetivo do ataque.
Os espiões passam muito tempo fornecendo informações falsas para seus inimigos à medida que conseguem dados.
Isso os mantêm a par de novas informações, força-os a confundir capacitações militares enviar forças para a área errada.
Um constante fluxo de informações falsas pode acabar com a informação verdadeira que o inimigo detém, pois surgem dúvidas com relação à autenticidade de sua própria inteligência em colher informações.
Um método de espalhar informações falsas é utilizar um agente duplo.
Imagine que um cientista norte-americano é recrutado pelos russos para fornecer tecnologia militar dos EUA.
Os Estados Unidos ficam sabendo que esse cientista é um espião dos russos.
Ao invés de prendê-lo, permitem que continue fornecendo informações ao inimigo.
Entretanto, certificam-se de que os projetos, os relatórios técnicos e outros dados aos quais ele teve acesso sejam alterados.
Os russos passam a receber informações técnicas inúteis, gastando milhões de dólares em pesquisa e em tecnologia falha.
Assim, o cientista torna-se um agente duplo involuntário.
Uma outra alternativa seria os EUA confrontarem o cientista e ameaçá-lo com uma sentença de prisão perpétua, ou mesmo sentença de morte, a pena por traição.
Para evitar isso, ele concorda em tornar-se conscientemente um agente duplo, não apenas concorda em abastecer a Rússia com informações falsas, mas também trabalha para obter informações dos seus controladores.
Ele pode fornecer aos Estados Unidos nomes de outros espiões russos, ou sobre pesquisa científica do país.
Sempre há possibilidade para este mesmo cientista/espião se tornar um agente triplo ou seja, ele informa à Rússia que os americanos o descobriram.
Agora, os russos sabem que a informação técnica que ele traz é negligenciada, e passam a fornecer informações falsas para os americanos.
Se isso parece confuso, imagine tentar manter toda a situação quando somente um deslize pode custar sua vida.
Alguns agentes foram além de serem agentes triplos, jogando os dois lados um contra o outro, criando uma teia tão confusa que os historiadores não têm idéia de em qual lado o espião realmente estava.
A Operação Fortitude foi uma das maiores e mais bem sucedidas campanhas de contra-informação já conduzidas.
O objetivo da Fortitude era confundir os alemães na retirada de suas forças militares ou colocá-los no lugar errado quando os Aliados invadissem a Normandia em 1944.
Aviões de madeira e papelão,
depósitos de combustíveis falsos
tropas de bonecos foram estabelecidas no sul da Inglaterra para fazer com que os alemães pensassem que o ataque viria de lá e não tinha a Normandia, como alvo ao norte da França.
Um exército norte-americano fictício foi criado:
Fusag - First U.S. Army Group (primeiro grupo de forças armadas dos EUA), que tinha até a liderança do General George Patton.
Uma falsa transmissão de rádio sustentou a farsa.
O elemento mais importante, no entanto, foram as informações falsas fornecidas aos alemães pelos agentes duplos.
A informação fornecida por um agente duplo chamado Garbo convenceu Hitler de que o ataque viria do sul.
Para manter a suposição e atrasar a chegada dos reforços alemães à Normandia ao máximo possível, no dia da invasão houve até uma falsa esquadra que aterrisava com alto-falantes tocando o som de uma grande frota se movimentando pelo Canal da Mancha, com balões refletores de sinais de radar e tiras prateadas jogadas pelos aviões criando um sinal de radar como se fosse uma grande invasão.
Uma vez que o ataque da Normandia estava acontecendo, Garbo disse aos alemães que tudo não passava de uma simulação para retirar as tropas alemães do ataque "real" da região sul.
Uma máquina Enigma Códigos secretos durante a Segunda Guerra;
Durante a Segunda Guerra, os militares alemães utilizaram um aparelho conhecido como máquina "Enigma" para enviar mensagens codificadas.
Ela funcionava como uma máquina de datilografar com um labirinto de complexas conexões mecânicas e eletrônicas.
Qualquer mensagem datilografada na máquina poderia ser transformada num código.
Uma outra Enigma com um mecanismo idêntico de fios e rotores revertia o código e revelava a mensagem original.
Decifradores de códigos poloneses descobriram o código da Enigma e montaram duplicatas antes da Segunda Guerra Mundial.
Eles compartilharam o conhecimento com os britânicos, que a usaram, junto com várias Enigmas capturadas, para decifrar um grande volume de mensagens nazistas codificadas, algumas do próprio Hitler.
Essa informação, com o codinome de ULTRA, foi mantida sob forte segredo, dessa forma os alemães não suspeitavam que as mensagens estavam sendo lidas.
Coronel Oleg Penkovskiy Oleg Penkovskiy obteve grande respeito na União Soviética por sua carreira militar.
No final dos anos 50, Penkovsky ficou decepcionado com a KGB, aonde trabalhava para conseguir contatos que pudessem ceder informações sobre capacitação militar no Ocidente.
Ao invés disso, ele passou informações sobre mísseis e outros planos militares para um empresário inglês.
Utilizando microcâmeras e cartões codificados, Penkovsky enviou grande quantidade de dados secretos para a CIA e para a SIS.
Ele foi obviamente preso e executado.