A lista secreta:
Se os Estados unidos fizessem uma lista de compras, apenas o essencial para a manutenção do seu poderio estratégico, como ela seria?O documento mostra que o Departamento de Estado americano pediu que diplomatas em todo o mundo fizessem uma lista da infraestrutura e recursos imprescindíveis aos Estados Unidos nos países onde trabalham.
O telegrama, enviado em 18 de fevereiro de 2009, mostra uma primeira versão do que seria chamado de Iniciativa de Dependência Crítica de Infraestrutura estrangeira.
Detalha todos os locais considerados estratégicos para a sobrevivência dos Estados Unidos:
Cabos de telefonia a minas.
Fazem parte da lista por exemplo
O gasoduto Nadyn, na Rússia, descrito como:
“o gasoduto mais importante do mundo”.
A empresa MacTaggart Scott, na Escócia, é relatada como “crítica” para os submarinos nucleares”.
No Brasil, a principal preocupação dos EUA é:
1) Com cabos de trasnsmissão submarinos em Fortaleza (Americas II e GlobeNet),
2) Com as minas gerenciadas pela britânica Rio Tinto Company em Minas Gerais e Rio de Janeiro, elas fornecem minério de ferro,
3) Com a Mina Catalão I, em Goiás (explorada pela Anglo American), que fornece nióbio.
Até a Venezuela tem infraestrutura críitca para os Estados Unidos:
São os cabos submarinos Americas-II, que passa por Camuri e GlobeNet, que passa por Punta Gorda, Catia La Mar, e Manonga.
O Departamento de Estado, já sob a administração de Hillary Clinton, pediu que os funcionários das embaixadas adicionassem quaisquer infraestruturas que considerassem essenciais, assim como:“qualquer informação que mostre que a infraestrutura ou recursos críticos seja um alvo de fato ou esteja especialmente vulnerável por conta de circunstâncias naturais”.
Mais do que que isso.
Como mostra o telegrama, a coisa toda teria que ser feita em segredo:
“não estamos pedindo que as embaixadas consultem os governos a respeito desse pedido”.
Mais uma prova de que as embaixadas americanas no mundo fazem principalmente trabalho de inteligência.
Outro telegrama, enviado pela embaixada dos Estados Unidos no Qatar no dia 26 de março de 2009, revela também como o governo americano se importa com a segurança de cada uma dessas instalações.
Por exemplo, os Estados Unidos procuram oferecer:
1) Apoio financeiro para esses países,
2) Oferecer tecnologia
3) Serviços americanos na proteção desses locais.
O documento é classificado como secreto, a mais forte classificação dentre os documentos, que não contém documentos “top secret”.
Mesmo assim, cerca de 1,5 milhão de funcionários americanos tinha acesso a ele.