7/02/2022

COMO ESTADO UNIDOS MONITORA OS MULÇUMANOS EM OUTROS PAÍSES?



Embaixada se aproxima de muçulmanos moderados para vigiar extremistas:

São Paulo.

Brasil.

Novos documentos, mostram que o governo americano tem buscado se aproximar da comunidade muçulmana no Brasil como uma estratégia de contraterrorismo.

Para a missão americana, São Paulo é uma das áreas onde elementos extremistas têm tentado recrutar jovens para a causa terrorista.

Por isso, o consulado na cidade avalia que o Brasil seria o local ideal para testar estratégias que podem ser úteis em outros países com minorias muçulmanas.

Em 2009, o consulado em São Paulo promoveu a visita da representante especial do governo americano para comunidades muçulmanas, Farah Pandith, e começou a articular a visita de um sheik americano moderado.

"A aproximação com muçulmanos moderados coloca os radicais na defensiva e abre canais de comunicação que podem levar a maior informações sobre elementos distantes da comunidade mais propensos ao radicalismo".

Diz um telegrama do consulado americano em São Paulo , enviado em 20 de novembro de 2009.

Departamento de Inteligência da Polícia Federal Daniel Lorenz.

A informação dos Estados Unidos confirma o depoimento do ex-chefe do Departamento de Inteligência da Polícia Federal Daniel Lorenz sobre a prisão do libanês "senhor K" em maio de 2009 em São Paulo.

Lorenz afirmou em uma audiência na Câmara dos Deputados que a PF distinguiu três estágios de atividade terrorista no país.

Primeiro, extremistas estrangeiros teriam usado o país como escala de viagem.

Depois, teriam procurado se legalizar e estabelecer no país através de adoção de filhos brasileiros.

Finalmente, extremistas residentes estariam iniciando ações de:

1) Recrutamento, 

2) Apoio, 

3) Treinamento,  

4) Logística

Reconhecimento para ações terroristas fora do país.

A PF costuma compartilhar informações com a inteligência americana.

O governo brasileiro nega a existência de atividades terroristas em solo nacional.

Engajando a comunidade:

O primeiro telegrama confidencial enviado pelo cônsul em São Paulo, Thomas White, em 11 de Novembro de 2009, revela que há vários anos o consulado tem tentado se aproximar da comunidade árabe.

Através do cônsul-geral do Líbano, Joseph Sayah, White diz ter construído uma grande rede de amigos, entre sheiks e líderanças.

“Não tire o olho dos sunitas”,

Teria avisado Sayad, explicando que muitos jovem brasileiros têm sido atraídos pelo fundamentalismo islâmico.

O documento descreve também a comunidade libanesa brasileira, afirmando que os novos imigrantes do Líbano:

"são mais pobres e bem mais xiitas”

“A sua política é mais radical e eles frequentemente seguem a liderança do Hezbollah".

"A aproximação com muçulmanos moderados coloca os radicais na defensiva e abre canais de comunicação que poderiam levar a mais informações sobre elementos distantes da comunidade mais propensos ao radicalismo".

Escreve o cônsul americano.

"Trabalhar junto com os moderados não deve ser visto como algo separado de monitorar elementos mais ameaçadores".

Visita:

Um dos grandes momento da visita de Farah Pandith nos dias 22 e 23 de novembro foi uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo na qual ela relatou sua história:

"como uma muçulmana americana".

A visita foi acompanhada de perto pelo consulado e relatada em um telegrama de 8 de dezembro de 2009.

Durante a visita Pandith encontrou representantes da comunidade muçulmana e visitou a mesquita de Santo Amaro, onde conversou com jovens estudantes.

"No geral, o grupo foi amigável e altamente acessível. 

As crianças mostraram interesse em aprender inglês e um conhecimento óbvio da cultura pop americana".

Descreveu  cônsul.

Além da visita de Pandith, o consulado sugere engajar a comunidade muçulmana através de apresentações sobre o presidente Obama e a visita de um sheik americano:

"que pode explicar como o Islã é agora uma parte vital da sociedade americana e construir laços com líderes religiosos locais".

A ideia do consulado é replicar a estratégia em outros países com minorias muçulmanas pelo mundo.


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