8/17/2022

ANJO CESÁRIO, O ANJO CAÍDO:


Homem que entregava crianças para os casais estrangeiros era chamado de "Anjo".

Carlos Cesário Pereira afirma manter uma relação de amizade com muitos deles que hoje vivem no exterior.

Há 25 anos, Carlos Cesário Pereira, foi apontado pela Polícia Federal como integrante de um grupo que fazia adoções ilegais em Santa Catarina.

Os ponteiros do relógio marcavam meio-dia, e um homem, na calçada, falava ao celular.

Gesticulava e andava de um lado para outro.

Carlos Cesário Pereira, há 25 anos, foi apontado pela Polícia Federal como integrante de um grupo que fazia adoções ilegais em Santa Catarina.

O processo criminal prescreveu.

— Foi a maior farsa da Polícia Federal na época — disse, no começo da conversa.

Com roupas sóbrias e de chapéu, Cesário chama atenção pela voz grossa e firme.

As rugas e manchas nas mãos denunciam a idade.

Aos 66 anos, continua trabalhando como consultor e radialista em Balneário Camboriú.

Durante a conversa, foi seguro ao dizer que não teve relação com a venda de crianças e que foi responsável por mais de cem adoções legais para casais estrangeiros.

Ele conta que, na época da acusação, 19 pessoas foram processadas.

 Tenho minha vida aberta, nunca deixei a cidade.

Fui absolvido, sei dos meus direitos, sou advogado.

Assumi inteira responsabilidade sobre todos aqueles que trabalhavam comigo.

Isso foi uma farsa que começou com um delegado de Polícia, depois transferido para a Corregedoria em São Paulo e morreu assassinado alega.

O homem que era chamado de "Anjo" pelas crianças entregues a casais estrangeiros, afirma manter uma relação de amizade com muitos deles que hoje vivem no exterior, principalmente em Israel.

O apelido é para ele uma forma de carinho, pois tem orientado esses jovens a descobrirem a família biológica.

Segundo Cesário, a localização é um processo simples, em que é necessário;

Fornecer o nome da mãe ao cartório eleitoral.

— Muitos eu acompanho há muito tempo.

Aqueles pelos quais eu me responsabilizei, tiveram encaminhamento e orientação jurídica.

Fiz tudo com base na lei.

Agora, se um delegado de Polícia Federal entende que essas adoções eram ilegais, é problema dele — justifica.

Cesário lembra que fez várias adoções na mesma época com base no Código Civil.

Acompanhava a mãe ao cartório,
ela assinava a escritura de adoção.

Então, ele pedia ao juiz;

1) A homologação para o casal estrangeiro, 

2) E a PF expedia o passaporte.

— Desafio alguém a encontrar uma adoção minha que não sejam aquelas homologadas pelo Tribunal de Justiça — diz.

Apesar de reafirmar a legalidade das adoções, Cesário reconhece que o assunto lhe trouxe sofrimento, pois teve de enfrentar o julgamento da sociedade.

— O assunto trouxe profundo desagrado e quase que não consigo dar satisfação à altura ao meu pai.

Ele faleceu idoso, mas foi confortado, e viu que na Justiça eu consegui uma absolvição — afirma.

Cesário demonstra irritação quando fala no nome de Arlete Hilu. 

É visível seu desagrado e não gosta de ser comparado a ela.

Frisa que a diferença entre eles é que Arlete foi condenada, e ele absolvido.

— Ela cumpriu pena.

Eu nunca fui condenado.

Fui preso preventivamente porque, na época, foi uma forja.

Como não podiam meter a mão nela, envolvida em todo um esquema policial no Paraná, fui bode expiatório da Arlete.

Aqui, todos os passaportes, isso eu faço questão de afirmar, foram emitidos com ordem da Justiça.

Se eu tenho culpa, ou não, isso já foi decidido pela Justiça.

Não tenho nada a explicar além do que já foi falado na Justiça e nos documentos — resume.


MANCHETE

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