O teste do design da Lockheed Martin teria ocorrido em meados de março, mas não foi divulgado para evitar uma escalada com a Rússia.
Míssil hipersônico testado secretamente pelos Estados Unidos
Os Estados Unidos testaram um míssil hipersônico projetado pela Lockheed Martin para o programa Hypersonic Air-breathing Weapon Concept (HAWC), afirmou um oficial de defesa citado pela CNN.
O governo Biden supostamente manteve o julgamento em segredo para não antagonizar ainda mais a Rússia.
De acordo com a fonte da CNN, o míssil scramjet foi lançado de um bombardeiro B-52 na costa oeste e viajou a uma altitude de 65.000 pés (20.000 m) por mais de 300 milhas (480 km).
A fonte não divulgou a velocidade do projétil, embora devesse ter sido pelo menos Mach-5, que é considerado o alcance baixo para armas hipersônicas.
Foi o segundo teste bem sucedido relatado no âmbito do programa HAWC, que é executado em conjunto pela Força Aérea dos Estados Unidos e pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa dos Estados Unidos (DARPA).
Em setembro passado, a DARPA anunciou que havia testado um protótipo de míssil scramjet produzido em conjunto pela Raytheon Technologies e Northrop Grumman, sem oferecer detalhes.
Ambas as variantes usam um estágio de reforço para acelerar o projétil até um ponto em que o motor scramjet principal do míssil pode entrar em ação.
O design é diferente do míssil balístico hipersônico lançado do ar da Rússia chamado Kinzhal, que o país usou no campo de batalha para o primeira vez dias antes do teste americano, de acordo com a linha do tempo da CNN.
A arma russa foi usada em 18 de março para destruir um depósito de munição fortificado no oeste da Ucrânia, segundo os militares russos.
Os Estados Unidos minimizaram a importância da implantação, com o presidente Joe Biden afirmando que;
"não faz muita diferença, exceto que é quase impossível de interceptar".
O objetivo de atingir o alcance de velocidade hipersônica com armas é derrotar as defesas antimísseis inimigas e ser capaz de desferir ataques em curto ou sem aviso prévio.
Além de Kinzhal, a Rússia tem um míssil de cruzeiro hipersônico chamado Tsirkon em seu arsenal.
A arma antinavio foi projetada para ser lançada de navios e submarinos.
Moscou considera que é uma ameaça potente para alvos navais de alto valor, como grupos de ataque de porta-aviões.
A fonte da CNN disse que os Estados Unidos decidiram não divulgar o teste do protótipo da Lockheed Martin para evitar tensões crescentes entre Washington e Moscou.
Os militares dos Estados Unidos cancelaram alguns testes de rotina do ICBM em meio à crise na Ucrânia, citando o mesmo motivo.
Acredita-se que os Estados Unidos estejam um pouco atrasados em relação à Rússia e à China em termos de desenvolvimento de armas hipersônicas.
A Arma de Resposta Rápida (ARRW) lançada por via aérea paralela da Força Aérea dos Estados Unidos enfrentou uma série de contratempos no ano passado, com um terceiro teste sem sucesso consecutivo relatado em dezembro.
O design da arma inclui um propulsor de propelente sólido, que implanta um veículo planador em forma de cunha para a altitude e velocidade necessárias para um ataque de longo alcance.
Tanto a Rússia quanto a China dizem que têm planadores hipersônicos implantados a partir de mísseis balísticos à sua disposição.