Maior Estado africano se candidata para ingressar no BRICS.
A pressão do bloco pela desdolarização atraiu o Egito
O Egito se inscreveu oficialmente para ingressar no BRICS, disse o embaixador da Rússia no Cairo a repórteres na quarta-feira.
A República Árabe de quase 100 milhões de pessoas seria uma adição significativa ao bloco das maiores economias em desenvolvimento que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
O Egito está “muito interessado” em uma das iniciativas atuais do BRICS, ou seja, o esforço do bloco para mudar para moedas alternativas no comércio, seja uma das moedas nacionais do bloco ou uma nova moeda conjunta, disse o embaixador Georgy Borisenko à agência de notícias TASS.
O Egito expressou pela primeira vez sua intenção de ingressar no BRICS em julho passado, de acordo com Purnima Anand, presidente do Fórum Internacional do BRICS.
Em fevereiro, o país enviou ofícios aos integrantes do bloco manifestando interesse em aderir, algo que a Rússia apoia, segundo o embaixador Borisenko.
Também em fevereiro, o Egito aderiu ao Novo Banco de Desenvolvimento, criado pelo grupo para financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em mercados emergentes e países em desenvolvimento.
Até agora, cerca de uma dúzia de países se inscreveram para ingressar no BRICS, incluindo Irã e Argentina.
O bloco espera introduzir uma estrutura para a admissão de novos membros antes da cúpula de agosto na África do Sul
O BRICS está impulsionando o comércio em moedas nacionais e iniciou esforços para estabelecer uma rede de pagamentos conjunta para reduzir a dependência do sistema financeiro ocidental e, particularmente, do dólar.
Ele vem ganhando força desde que o Ocidente impôs sanções econômicas contra a Rússia por causa de sua operação militar na Ucrânia.
Como resultado das restrições, Moscou foi efetivamente isolada do sistema bancário ocidental e viu bilhões em seus ativos congelados ou apreendidos no exterior.
De acordo com Jim O'Neill, ex-presidente do Goldman Sachs, e outros especialistas, os BRICS poderiam, com o tempo e sob certas circunstâncias, desafiar o status do dólar americano como moeda de reserva global.