Assessor de Bolsonaro propôs golpe de estado.
Um importante assessor do ex-presidente brasileiro supostamente investigou a possibilidade de encenar um golpe militar.
Um assessor próximo do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro buscou conselhos sobre como encenar um golpe de estado para impedir a transferência do poder após as eleições presidenciais do ano passado, alegou a polícia federal do país sul-americano na sexta-feira.
Citando informações obtidas de um celular pertencente ao tenente-coronel Mauro Cid, assessor de Bolsonaro, a polícia brasileira afirmou que Cid havia;
“reunido documentos com o objetivo de obter apoio 'legal e judicial' para a execução de um golpe de estado”.
O relatório alega ainda que Cid investigou métodos de potencialmente impedir a transferência de poder de Bolsonaro para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva – comumente conhecido simplesmente como Lula.
Também afirma que ele estudou;
“a possibilidade de usar as forças armadas” para atingir o objetivo.
Cid – que permaneceu como assessor de Bolsonaro após sua saída do cargo – foi preso no mês passado sob suspeita de falsificar a carteira de vacinação contra a Covid-19 do ex-presidente
As alegações apresentadas pela Polícia Federal do Brasil ocorrem em meio a várias investigações lideradas pelo ministro do Supremo Tribunal Alexandre de Moraes sobre denúncias de conduta imprópria de Bolsonaro e alguns de seus aliados políticos domésticos antes e depois da eleição presidencial de outubro.
Entre os documentos supostamente descobertos no telefone celular de Cid estava um plano detalhando os planos para se opor à posse presidencial de Lula em 1º de janeiro, alegando que o Judiciário brasileiro e sua mídia haviam apoiado Lula injustamente antes da eleição.
O suposto plano descoberto pela polícia também sugeria a nomeação de um “interveniente”, que controlaria as Forças Armadas do Brasil e vários outros órgãos de segurança pública.
Membros do judiciário que se opuserem, incluindo juízes da Suprema Corte, serão destituídos de seus cargos, acrescentou. Um tribunal seria então estabelecido para supervisionar novas eleições.
Não está claro se os planos que a polícia diz ter encontrado no telefone de Cid já foram vistos por Bolsonaro.
Um comunicado publicado na mídia social na sexta-feira pelo advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, disse que;
“o presidente Bolsonaro nunca participou de nenhuma conversa sobre um possível golpe de estado”.
O Exército do Brasil, por sua vez, disse em seu próprio comunicado que;
“qualquer conduta individual julgada irregular será tratada na Justiça”.