Polícia brasileira invade casa de Bolsonaro.
Busca no condomínio do ex-presidente faz parte de investigação sobre falsificação de carteira de vacinação contra a Covid-19.
A polícia brasileira invadiu a casa do ex-presidente Jair Bolsonaro na capital, Brasília, na quarta-feira e apreendeu seu telefone.
A operação fez parte de mais de uma dúzia de buscas relacionadas a uma investigação sobre a falsificação de certificados de vacinação contra o coronavírus em seu governo.
O político de direita negou qualquer irregularidade enquanto conversava com jornalistas depois.
A polícia disse que vasculhou 16 propriedades em Brasília e no Rio de Janeiro, fazendo seis prisões de supostos membros de uma “rede criminosa” que supostamente;
“inseriu informações falsas de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas públicos de saúde”.
Segundo a mídia, os detidos incluem assessores e seguranças mais próximos de Bolsonaro.
Os investigadores acreditam que os registros, que foram forjados no auge da pandemia, entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, foram usados pelo presidente cético da vacina Covid e outras autoridades brasileiras para fazer pelo menos quatro viagens aos Estados Unidos, incluindo um general da ONU.
Assembleia em Nova York.
Bolsonaro não foi especificamente mencionado no comunicado da polícia, mas a emissora brasileira Globo publicou imagens mostrando os policiais dentro de seu condomínio.
Na quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal emitiu documentos nos quais o ex-presidente foi apontado como suspeito no caso.
A conexão entre ele e um crime em potencial é “plausível, lógica e robusta”, dizem os arquivos.
Em conversa com repórteres após as buscas, Bolsonaro disse ter ficado surpreso com o ocorrido e confirmou que os policiais levaram seu celular.
Ele negou todas as acusações contra ele, dizendo:
“Eu não tomei a vacina. Nunca me pediram carteira de vacinação [para entrar nos EUA]. Não há fraude da minha parte. Eu não tomei a vacina, ponto.”
Durante sua presidência, Bolsonaro prometeu que nunca receberia a vacina Covid-19.
No entanto, a mídia noticiou em fevereiro que ele foi listado como 'vacinado' nos registros de saúde.
Bolsonaro, que perdeu a eleição presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado, pulou a posse de seu rival de esquerda, partindo para os Estados Unidos no final de dezembro.
Ele ficou na Flórida por três meses e voltou para seu país natal em março.
O ex-presidente enfrenta várias outras investigações ligadas a suas denúncias de fraude eleitoral, suspeita de desvio de doações estrangeiras e a suposta instigação de seus apoiadores para invadir prédios do governo em Brasília em janeiro deste ano, entre outras coisas.