Romeu Zema: A Radiografia de Seu Governo em Minas Gerais e as Chances de Disputar a Presidência
Quem é Romeu Zema?
Romeu Zema, empresário mineiro e filiado ao partido Novo, foi eleito governador de Minas Gerais em 2018, surfando na onda de renovação política que marcou o período pós-Operação Lava Jato.
Com discurso liberal, antipolítico tradicional e de gestão empresarial, ele se destacou como uma figura fora do establishment, atraindo eleitores cansados do modelo convencional.
Radiografia do Governo em Minas Gerais
Zema assumiu um estado em crise:
Minas Gerais enfrentava déficit orçamentário bilionário, salários de servidores atrasados e dívidas acumuladas.
Sua gestão, até aqui, pode ser resumida em três eixos principais:
1. Ajuste Fiscal
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Zema adotou uma postura de austeridade, priorizando o pagamento de salários e reorganizando as contas públicas.
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Defendeu reformas administrativas e medidas de contenção de gastos.
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Incentivou a adesão de Minas Gerais ao Regime de Recuperação Fiscal, como forma de renegociar dívidas com a União.
2. Gestão Liberal
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Apostou em privatizações e concessões de serviços públicos, como rodovias e companhias estatais.
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Defendeu a redução da máquina estatal, aproximando-se de uma linha de pensamento pró-mercado.
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Incentivou parcerias público-privadas (PPPs), especialmente em infraestrutura.
3. Popularidade e Desafios
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Apesar da impopularidade de algumas medidas de austeridade, Zema conseguiu manter bons índices de aprovação ao longo de seu governo.
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A imagem de gestor pragmático e pouco envolvido em polêmicas políticas ajudou a consolidar sua reputação.
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Os desafios continuam sendo enormes: a dívida mineira, a dependência de repasses federais e a pressão de servidores por melhores salários.
A Ideologia de Romeu Zema
Zema se coloca claramente como liberal na economia, defendendo menos Estado, mais mercado e maior eficiência na gestão pública.
Diferente de figuras da direita mais conservadora, ele não se apoia fortemente em pautas de costumes, o que o torna um nome mais técnico e menos ideológico nesse aspecto.
Sua postura se distancia tanto da esquerda tradicional (com discurso de investimento estatal e políticas sociais robustas) quanto da direita populista (marcada por embates culturais e discursos polarizadores).
Isso lhe dá um ar de “gestor neutro”, o que pode ser uma vantagem em um cenário de polarização.
Chances de Romeu Zema na Presidência
A possibilidade de Zema disputar a presidência vem ganhando força:
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Pontos a favor:
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Imagem de gestor eficiente e técnico.
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Histórico de recuperar, ainda que parcialmente, um estado em crise.
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Discurso moderado, capaz de dialogar tanto com a direita liberal quanto com setores do centro.
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Pontos contra:
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Baixa projeção nacional fora de Minas Gerais.
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Pouca experiência em política de articulação em Brasília.
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Concorrência de nomes já consolidados no cenário nacional, tanto à esquerda quanto à direita.
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Zema é Presidenciável?
Romeu Zema tem construído uma trajetória sólida em Minas Gerais e já se posiciona como uma alternativa para aqueles que desejam fugir da polarização entre Lula e Bolsonaro.
Sua gestão liberal, com foco em ajuste fiscal e modernização do estado, lhe dá credibilidade.
No entanto, para transformar sua imagem de “governador gestor” em uma candidatura presidencial competitiva, precisará:
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Aumentar sua visibilidade nacional.
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Construir alianças políticas estratégicas.
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Manter uma narrativa que una eficiência de gestão com sensibilidade social.
Zema pode, sim, se tornar um terceira via real no Brasil, mas seu caminho até o Planalto depende da capacidade de converter o reconhecimento regional em projeção nacional.