The Movement:
Como a Nova Direita Global Tenta Enfraquecer a Democracia Internacional
Nos últimos anos, o mundo testemunhou uma ascensão coordenada de líderes populistas de direita em várias partes do globo.
Por trás desse fenômeno não está apenas o acaso político ou o descontentamento popular — há também articulações estratégicas por meio de uma organização chamada “The Movement”.
Criado pelo polêmico estrategista Steve Bannon, ex-conselheiro de Donald Trump, o movimento busca unificar a direita populista em diversos países com um objetivo central: deslegitimar e enfraquecer instituições democráticas internacionais, como:
1) A Organização das Nações Unidas (ONU)
2) Organização Mundial do Comércio (OMC).
O Que é “The Movement”?
"The Movement" é uma organização transnacional fundada por Steve Bannon em 2018 com sede inicialmente em Bruxelas, Bélgica — o coração da União Europeia.
Segundo seus criadores, o objetivo era formar uma espécie de internacional da direita populista, que oferecesse apoio;
1) Ideológico,
2) Estratégico
3) Logístico
A políticos conservadores e nacionalistas ao redor do mundo.
A ideia surgiu como uma resposta direta àquilo que Bannon chama de "globalismo liberal", uma ordem mundial baseada em cooperação multilateral, direitos humanos, meio ambiente e democracia representativa.
Objetivos Declarados e Ocultos
Oficialmente, "The Movement" afirma querer:
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Defender a soberania nacional contra burocracias internacionais;
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Apoiar valores “tradicionais”, como família, religião e nacionalismo;
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Combater o que chama de “ditadura do politicamente correto”.
Na prática, porém, o movimento tem sido acusado de:
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Sabotar instituições democráticas multilaterais, como a ONU, a OMC, o Parlamento Europeu e até tribunais internacionais;
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Incentivar o autoritarismo por meio da centralização de poder em líderes populistas;
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Propagar desinformação, sobretudo durante eleições e crises sanitárias, como a pandemia de COVID-19;
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Financiar campanhas de extrema-direita, muitas vezes de forma opaca e transnacional.
Quem Está Envolvido?
Vários políticos ao redor do mundo já manifestaram simpatia ou ligação direta com "The Movement".
Alguns dos nomes mais conhecidos incluem:
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Viktor Orbán (Hungria) – conhecido por seu autoritarismo e ataques à imprensa livre.
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Matteo Salvini (Itália) – líder da Liga Norte, partido anti-imigração e eurocético.
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Eduardo Bolsonaro (Brasil) – apontado como representante do movimento na América Latina.
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Marine Le Pen (França) – figura central da extrema-direita francesa.
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Nigel Farage (Reino Unido) – um dos arquitetos do Brexit.
Javier Milei da Argentina.
Além disso, "The Movement" tem financiamento e mantém canais com;
1) Diversos grupos religiosos ultraconservadores,
2) Think tanks de direita, empresa e indústrias
3) Plataformas digitais de desinformação, Google, Facebook, x, Instagram, Rambon, YouTube.
Por Que a ONU e a OMC São Alvos?
As instituições internacionais como a ONU e a OMC são vistas pelo movimento como obstáculos à agenda nacionalista.
Isso porque elas:
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Promovem o direito internacional acima das vontades autoritárias de líderes locais;
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Fiscalizam violações de direitos humanos;
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Regulam o comércio internacional, impondo limites à imposição unilateral de tarifas e barreiras.
Para líderes que querem poder absoluto, regras multilaterais são um incômodo.
Assim, descredibilizar essas instituições é um passo fundamental para a consolidação de regimes autoritários.
O Brasil no Tabuleiro: O Papel de Eduardo Bolsonaro
Fontes de investigação descobriu que Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi nomeado representante oficial do movimento na América Latina por Steve Bannon.
Ele participou de diversas conferências com membros do grupo, divulgou suas ideias nas redes sociais e fez articulações com figuras da ultradireita americana e europeia.
Enquanto isso, no Congresso Nacional, Eduardo votou sistematicamente contra projetos que fortalecem o Estado brasileiro, os direitos sociais e o papel internacional do país, em clara sintonia com a agenda de "The Movement".
Riscos Para a Democracia Global
Se “The Movement” conseguir continuar avançando, o mundo pode testemunhar:
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Retrocesso em direitos civis e sociais em vários países;
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Isolacionismo econômico, com prejuízos às economias emergentes;
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Ataques crescentes à liberdade de imprensa e ao funcionamento das instituições judiciais;
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Desestabilização de organismos multilaterais, enfraquecendo a cooperação internacional frente a desafios como mudanças climáticas, pandemias e guerras.
Resistir é Defender a Democracia
"The Movement" representa um dos maiores desafios à democracia global desde a Segunda Guerra Mundial com a acessão de Adolf Hitler com nazismo na Alemanha e Benito Mussolini com o fascismo na Itália.
Disfarçado de "resgate da soberania", o movimento é, na verdade, uma tentativa coordenada de implodir o sistema democrático liberal construído com base em séculos de luta, tratados e acordos internacionais.
Cabe aos cidadãos, à imprensa livre e às instituições comprometidas com o estado de direito vigiar, denunciar e combater essa ameaça antes que seus efeitos se tornem irreversíveis.