Homem que mandou matar cunhada após ser ‘investigado’ por detetive particular é preso em Tietê.
A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (22), em Tietê (SP), quatro suspeitos de terem assassinado duas mulheres, de 62 e 44 anos, em dezembro do ano passado em Cerquilho (SP).
As vítimas, Ana Cristina Pilon e Maria Lucia Infanti (foto), eram amigas e foram encontradas mortas a tiros dentro de uma casa, no bairro Nosso Teto.
De acordo com o delegado Agnaldo Ramos, investigações apontaram que o crime teria sido planejado pelo namorado da irmã de Ana Cristina.
O suspeito, de 39 anos, teria descoberto que a cunhada havia contratado um detetive particular para investigar sua vida e encomendou a morte dela enquanto a mulher passaria as festas de Ano Novo na casa da amiga.
“A investigação começou sem indício contra ele, mas o rapaz se colocou como porta voz da família da Ana.
Ele não deixava a gente falar com os parentes.
Foi então que nós encontramos na casa dela um contrato com um detetive que tinha informações sobre ele, que foi contratado para investigar a vida do homem.
Isso chamou nossa atenção”, diz o delegado.
Execução:
Segundo Agnaldo, a Polícia Civil fez levantamento sobre a vida do suspeito e constatou que havia feito contato com rapazes, que teriam sido contratados para executar a cunhada.
Dois deles são irmãos e trabalham como comerciantes.
O outro suspeito trabalhava como frentista.
“O que motivou o crime é que ele começou a ter relacionamento com a irmã da Ana e logo ganhou a confiança da família, mas ela começou a questionar atitudes dele, a idoneidade.
Então, Ana se tornou um obstáculo para ele, que pretendia tomar dinheiro da família.
Por isso decidiu matá-la.
As outras vitimas sofreram a tentativa porque estavam juntos com a Ana no dia da execução”, explica o delegado.
Nas investigações, os policiais verificaram que o namorado da irmã da vítima não estava no local do crime, mas ele acompanhou os responsáveis pelos disparos, diz o delegado.
“Ele mostrou a casa onde a mulher estava para que não estivesse erro.
Ele esteve com os rapazes em Boituva no dia 23 de Dezembro para mostrar o local.
Além disso, apuramos que ele teve contato também com os suspeitos logo após o crime, então não restou dúvidas que ele tem envolvimento e que foi ele quem mandou”, diz.
Prisão:
Os quatro suspeitos foram encontrados em suas casas, em Tietê, após a Justiça expedir mandados de prisão temporária.
Na casa de dois suspeitos, que são irmãos, a polícia encontrou seis espingardas, uma delas de pressão, seis pistolas de vários calibres, quase 30 facas e munição.
Também foram apreendidos celulares e o carro utilizado pelos criminosos.
Todos foram levados para a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Itapetininga, onde estão á disposição da Justiça.
Ainda segundo o delegado, eles serão indiciados por duplo homicídio e tentativa de homicídio, por porte ilegal de arma e podem pegar até 30 anos de prisão.
Crime:
De acordo com o capitão da Polícia Militar, Luiz Antônio da Silva, testemunhas contaram que, por volta das 3h, do dia 28 de dezembro do ano passado, quatro pessoas entraram pelos fundos da casa e efetuaram vários disparos.
O filho de Maria Lucia, que tem 26 anos, também estava no local e foi baleado.
Ele teve ferimentos no abdômen e braços e foi socorrido consciente e levado ao pronto-socorro, onde informou que morava com a mãe e que haviam recebido a visita da amiga Ana Cristina.
Na época o jovem alegou aos policiais que somente viu quando uma pessoa com o rosto coberto entrou na casa e atirou contra eles.
Fonte: G1