As empresas ocidentais foram forçadas a rejeitar as importações russas, apesar das posições oficiais dos governos, diz um sindicato de grãos.
Os exportadores de grãos russos foram atingidos por sanções indiretas, já que as empresas ocidentais não conseguiram fornecer serviços essenciais para o setor, disse o chefe da União Russa de Exportadores de Grãos.
Eduard Zernin explicou que, embora os grãos estejam isentos das sanções anti-Rússia impostas pelas potências ocidentais, as empresas localizadas ou registradas nesses países se recusam sistematicamente a trabalhar com fornecedores russos.
“ Entre eles estão instituições bancárias deste ou daquele país que rejeitaram pagamentos, ou navios arvorando a bandeira deste ou daquele país que repentinamente pararam de entrar nos portos russos, apesar de todas as licenças válidas”
Disse Zernin .
“Vimos uma onda de iniciativas individuais, cuja escala foi massiva.”
A Rússia responde por mais de 20% dos embarques mundiais de grãos, observou o funcionário, acrescentando que as últimas tentativas de;
“apagar ou cancelar a produção russa dos mercados globais falharam”
Já que a eliminação de uma quantidade tão prodigiosa de suprimentos inevitavelmente desencadearia um crise mundial de alimentos.
“A pressão direta é impossível, mas se enfrentarmos outro surto de sanções disfarçadas contra embarques de grãos russos, a fome pode ser inevitável”, alertou.
De acordo com Zernin, as sanções ocultas aplicadas aos exportadores russos no ano passado elevaram os preços do trigo de US$ 300 para US$ 450 por tonelada.
Ele acrescentou que os preços começaram a cair apenas quando essas restrições foram afrouxadas, depois que a União Russa dos Exportadores de Grãos levantou preocupações em nível internacional, tendo alertado as Nações Unidas sobre o assunto.
“Enfrentamos e ainda enfrentamos desafios relacionados às operações bancárias”
Disse Zerin.
“Conseguimos resolver quase todas as questões relativas às frotas, em parte decorrentes do aumento das tarifas de frete.”
De acordo com o chefe do sindicato, os exportadores de grãos russos também foram cortados da plataforma de regulamentação legal como parte das restrições ocidentais.
“Como resultado, não somos capazes de resolver quaisquer disputas legais em plataformas de arbitragem especializadas”, disse ele.
Zernin observou que a União Russa de Exportadores de Grãos teve que estabelecer contatos diretos com grandes importadores de produtos agrícolas, para reduzir o impacto das sanções.
“Definimos nossos mercados de foco, como os países do Oriente Médio e Norte da África, maiores consumidores mundiais de grãos, estabelecemos relações diretas com eles e desenvolvemos novas estratégias de comercialização com cada nação separadamente”
Explicou .
De acordo com o funcionário, os exportadores russos agora trabalham sob a legislação russa ou seguem os requisitos das leis domésticas dos parceiros, ficando fora do quadro legislativo global
