OTAN busca militarização da Ásia-Pacífico.
O bloco liderado pelos Estados Unidos e outros já conseguiram semear dúvidas entre as nações da região, alerta o chanceler russo
Enquanto os países da Ásia-Pacífico continuam divididos em segurança, a Otan está trabalhando ativamente para consolidar sua posição na região, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.
“A OTAN não diz mais que é uma aliança puramente defensiva”
Destacou o diplomata, falando à margem da Cúpula do Leste Asiático na capital do Camboja, Phnom Penh, no domingo.
Desde o fim da Guerra Fria, o bloco militar liderado pelos Estados Unidos moveu sua “linha de defesa” para mais perto das fronteiras da Rússia em várias ocasiões, disse Lavrov.
Na cúpula de Madri neste verão, a aliança anunciou;
“que têm responsabilidade global e que a segurança do Euro-Atlântico e do Indo-Pacífico é indivisível”
Acrescentou.
“Na verdade, eles agora afirmam que terão um papel de liderança [na região da Ásia-Pacífico] e já estão mudando a chamada linha de defesa para o Mar do Sul da China”
Destacou o ministro.
Washington e seus aliados têm tentado militarizar a região, disse Lavrov, lembrando o pacto de defesa AUKUS, que foi assinado entre Estados Unidos, Reino Unido e Austrália no ano passado.
Atualmente, estão sendo feitas tentativas para incorporar Nova Zelândia, Japão e Canadá a este bloco, acrescentou.
Essas ações são;
"obviamente destinadas a conter a China e resistir aos interesses da Rússia na Ásia-Pacífico"
Disse o ministro.
“Não há consenso na ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) sobre como proceder na esfera da segurança nesta região. Então, se o objetivo dos americanos era semear dúvidas entre os membros da ASEAN e tentar minar sua posição unificada, então eles conseguiram”
Concluiu Lavrov.
Segundo o ministro das Relações Exteriores, ele expôs “francamente” essas preocupações, que também são compartilhadas pela China, aos participantes da Cúpula do Leste Asiático.