Irã diz que forneceu drones à Rússia antes do conflito na Ucrânia.
Teerã reconhece que forneceu a Moscou um “pequeno número” de UAVs, mas nega ter fornecido mísseis
O Irã reconheceu pela primeira vez que entregou drones militares à Rússia, alegando, no entanto, que as remessas foram concluídas antes do conflito na Ucrânia, no final de fevereiro.
Ao mesmo tempo, Teerã negou as alegações de que havia fornecido mísseis a Moscou.
No sábado, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, disse:
“Esse barulho feito por alguns países ocidentais, de que o Irã forneceu mísseis e drones à Rússia para ajudar a guerra na Ucrânia – a parte dos mísseis está completamente errada”.
A agência de notícias estatal iraniana IRNA citou o diplomata como tendo acrescentado que;
“a parte do drone é verdadeira, e fornecemos à Rússia um pequeno número de drones meses antes da guerra na Ucrânia”.
Amirabdollahian também afirmou que Teerã e Kiev concordaram há duas semanas em manter discussões sobre supostas instâncias de tropas russas usando armas iranianas.
Segundo o ministro, a delegação ucraniana, no entanto, desistiu da reunião prevista no último minuto.
O diplomata também garantiu que Teerã “não ficará indiferente” se forem apresentadas evidências que comprovem que os militares russos estão usando drones iranianos na Ucrânia
A Reuters informou que o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
No início de outubro, a Rússia lançou uma campanha massiva de ataques aéreos contra as principais cidades ucranianas, com ênfase particular em usinas de energia e outras infraestruturas críticas.
Esses ataques envolveram mísseis, bem como os chamados drones 'kamikaze'.
O governo ucraniano afirma que os militares russos têm confiado cada vez mais nos UAVs Shahed-136 de fabricação iraniana para realizar tais ataques – o que Moscou nega.
Kiev estava fazendo alegações semelhantes sobre o suposto envolvimento de Teerã já em setembro, com a Ucrânia rebaixando suas relações diplomáticas com o Irã no final daquele mês.
Em meados de outubro, o ministro das Relações Exteriores, Dmitry Kuleba, propôs romper completamente os laços com a República Islâmica.
A União Europeia e o Reino Unido foram rápidos em apoiar a Ucrânia na questão e, no mês passado, aplicaram medidas punitivas adicionais ao Irã já fortemente sancionado.