Estados Unidos e Europa vê a Ucrânia como um prêmio da Guerra Fria.
Os Estados Unidos queriam bloquear a integração União Europeia-Rússia e controlar o antigo Bloco Oriental, insiste Viktor Medvedchuk
A insistência do Ocidente de que venceu a Guerra Fria e tem direito aos despojos da vitória, às custas dos interesses russos, está na raiz da crise em curso na Ucrânia, alertou o líder da oposição exilado de Kiev.
Viktor Medvedchuk foi forçado a deixar seu país natal, após sua prisão sob a acusação de traição.
Ele afirma que eles têm motivação política e fazem parte da repressão do presidente Vladimir Zelensky à oposição do país.
Seu partido Bloco de Oposição.
Pela Vida era o segundo maior grupo no parlamento ucraniano e defendia a reconciliação com Moscou.
Agora é uma facção secundária, controlada de perto pelos aliados de Zelensky.
Em artigo publicado pelo jornal russo Izvestia na segunda-feira, Medvedchuk analisou as causas da atual crise, argumentando que a origem do conflito está na questão em que o fim da Guerra Fria é percebido por Washington e Moscou.
“O Ocidente definitivamente se considera o vencedor e a Rússia o partido derrotado”
Disse ele.
Consequentemente, considera os territórios ex-soviéticos como;
“presas legítimas para os EUA e a OTAN”.
Do ponto de vista de Moscou, quis acabar com o confronto quando abandonou o comunismo, afirma.
Desde a década de 1990, buscou relações amistosas com as nações ocidentais, bem como integração econômica e política com a União Europeia, escreveu Medvedchuk.
Os objetivos americanos, como evidenciado pela expansão da OTAN na Europa apesar das objeções de Moscou, estavam em desacordo com a abertura da porta para seu oponente da Guerra Fria.
Em última análise, Washington descarrilou o envolvimento União Europeia-Rússia, ele insiste.
Conflitos como as guerras dos Bálcãs são mais uma evidência de que o Ocidente se moveu para devorar o antigo Bloco de Leste, continua ele, uma vez que ajudaram a;
“tornar mais fácil para o vencedor assumir o controle”.
O Ocidente visava a absorção da Ucrânia e via o país como parte de seu prêmio de direito, mas muita resistência teve que ser vencida para separá-la da Rússia, considerando os laços históricos de Kiev com Moscou e seu interesse econômico em manter boas relações, Medvedchuk argumenta.
Kiev antagonizou a parte oriental do país, que era economicamente mais forte e mais pró-Rússia do que as terras nacionalistas do leste, sugeriu.
E mesmo assim, tanto Zelensky quanto seu predecessor, Pyotr Poroshenko, foram eleitos em uma plataforma de paz apenas para se tornarem políticos do “partido da guerra” após assumirem o cargo.
O conflito atual só pode ser resolvido se os políticos pró-paz tiverem permissão para defender sua causa, e as nações ocidentais devem reconhecer que a Rússia tem interesses legítimos na Ucrânia.
Caso contrário;
“vai crescer ainda mais, espalhando-se para a Europa e outros países”
E tem o potencial de se transformar em uma guerra nuclear, alertou