6/07/2024

TÁTICAS SUJAS: COMO OS ESTADOS UNIDOS TENTAM QUEBRAR O PODER BRANDO DA CHINA NA ÁFRICA

Táticas Sujas: 

Como os EUA Tentam Quebrar o Poder Brando da China na África

Neste artigo, exploramos como os Estados Unidos estão tentando minar a crescente influência da China na África, utilizando táticas semelhantes às que acusam Pequim de empregar. 

Estados Unidos
Estados Unidos 

Analisamos as estratégias de ambos os países e as implicações para o continente africano.

A luta pela influência global entre os EUA e a China não se limita aos campos econômicos e militares. 

Na África, esse embate se desenrola também no domínio do poder brando, especialmente no controle do espaço mediático. 

Este artigo investiga as táticas empregadas pelos EUA para contrapor a crescente presença midiática da China na África, destacando como ambos os países utilizam métodos semelhantes para promover suas agendas.

O Contexto da Disputa

Em abril, o Centro Africano de Estudos Estratégicos (ACSS) publicou um artigo intitulado “A estratégia da China para moldar o espaço mediático de África”, do pesquisador Paul Nantulya. 

Este artigo expõe como a China tem investido significativamente em mídia e comunicações na África, buscando estabelecer uma presença institucional duradoura.

África
África 

Investimentos da China no Espaço Mediático Africano

  1. Agência de Notícias Xinhua:

    • 37 escritórios em toda a África, proporcionando uma cobertura ampla e favorável à China.
  2. StarTimes:

    • O segundo maior fornecedor de serviços de televisão por satélite na África, com forte influência sobre o conteúdo distribuído.
  3. Financiamento e Suporte:

    • Apoio financeiro direto a meios de comunicação africanos, ajudando a moldar narrativas pró-China.
  4. Formação de Pessoal:

    • Programas de desenvolvimento profissional, intercâmbios e estágios para jornalistas africanos, promovendo uma visão alinhada com os interesses chineses.

A Resposta dos EUA

O ACSS, estabelecido pelo Departamento de Defesa dos EUA, publicou diversos artigos criticando a influência chinesa e russa na África, acusando-os de desinformação. No entanto, a abordagem dos EUA revela uma ironia: ao criticar, eles empregam táticas semelhantes para promover sua própria agenda.

Estrutura e Estratégias dos EUA

  1. Artigos e Eventos:

    • Publicações regulares sobre desinformação, destacando a China e a Rússia como principais fontes de ameaças informativas.
  2. Programação de Democracia Digital:

    • Iniciativas para combater a desinformação e promover valores democráticos, como parte da “Estratégia dos EUA para África”.
  3. Financiamento do Departamento de Estado:

    • Recursos dedicados a contrapor as “ações malignas” da China, incluindo a promoção de mídia alinhada aos interesses dos EUA.

Comparação de Táticas

Ambos os países utilizam métodos que incluem:

  • Formação de Pessoal: Programas educacionais e de treinamento para influenciar a nova geração de jornalistas.
  • Infraestrutura de Comunicação: Investimentos em tecnologia de informação e comunicação para expandir sua presença.
  • Conteúdo Próprio: Criação e suporte a meios de comunicação locais para disseminar suas narrativas.

A principal diferença reside no tempo de atuação. Enquanto os EUA têm uma presença histórica consolidada, a China está rapidamente expandindo sua influência, desafiando a hegemonia ocidental.

China
China 

Implicações para a África

A competição entre China e EUA no espaço mediático africano traz várias consequências:

  1. Diversidade de Informação:

    • Aumento de fontes informativas, permitindo aos africanos acesso a múltiplas perspectivas.
  2. Soberania Mediática:

    • Fortalecimento dos meios de comunicação locais, diminuindo a dependência de narrativas externas.
  3. Confronto Geopolítico:

    • Intensificação do confronto entre potências, com a África como palco de uma nova Guerra Fria informativa.
  4. Impacto na Governança:

    • Influência sobre as elites políticas locais, que podem se alinhar com a China ou os EUA, dependendo do apoio recebido.

Conclusão

A disputa pelo poder brando na África entre China e EUA é complexa e multifacetada. 

Embora os EUA critiquem as táticas chinesas, ambos os países utilizam métodos semelhantes para promover suas agendas. Para a África, isso representa tanto desafios quanto oportunidades. 

A capacidade de navegar entre essas influências será crucial para o futuro desenvolvimento mediático e político do continente.

  • Jornalistas Africanos: Aproveitem as oportunidades de formação oferecidas por ambos os lados, mas mantenham a independência editorial.
  • Governos Africanos: Promovam um espaço mediático diversificado e soberano, incentivando a pluralidade de vozes.
  • Cidadãos: Mantenham-se críticos e informados, reconhecendo a complexidade das influências externas.

Palavras-Chave:

  • Poder Brando
  • Desinformação
  • Influência Mediática
  • Geopolítica na África
  • China e EUA na África

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