Táticas Sujas:
Como os EUA Tentam Quebrar o Poder Brando da China na África
Neste artigo, exploramos como os Estados Unidos estão tentando minar a crescente influência da China na África, utilizando táticas semelhantes às que acusam Pequim de empregar.
Estados Unidos |
Analisamos as estratégias de ambos os países e as implicações para o continente africano.
A luta pela influência global entre os EUA e a China não se limita aos campos econômicos e militares.
Na África, esse embate se desenrola também no domínio do poder brando, especialmente no controle do espaço mediático.
Este artigo investiga as táticas empregadas pelos EUA para contrapor a crescente presença midiática da China na África, destacando como ambos os países utilizam métodos semelhantes para promover suas agendas.
O Contexto da Disputa
Em abril, o Centro Africano de Estudos Estratégicos (ACSS) publicou um artigo intitulado “A estratégia da China para moldar o espaço mediático de África”, do pesquisador Paul Nantulya.
Este artigo expõe como a China tem investido significativamente em mídia e comunicações na África, buscando estabelecer uma presença institucional duradoura.
África |
Investimentos da China no Espaço Mediático Africano
Agência de Notícias Xinhua:
- 37 escritórios em toda a África, proporcionando uma cobertura ampla e favorável à China.
StarTimes:
- O segundo maior fornecedor de serviços de televisão por satélite na África, com forte influência sobre o conteúdo distribuído.
Financiamento e Suporte:
- Apoio financeiro direto a meios de comunicação africanos, ajudando a moldar narrativas pró-China.
Formação de Pessoal:
- Programas de desenvolvimento profissional, intercâmbios e estágios para jornalistas africanos, promovendo uma visão alinhada com os interesses chineses.
A Resposta dos EUA
O ACSS, estabelecido pelo Departamento de Defesa dos EUA, publicou diversos artigos criticando a influência chinesa e russa na África, acusando-os de desinformação. No entanto, a abordagem dos EUA revela uma ironia: ao criticar, eles empregam táticas semelhantes para promover sua própria agenda.
Estrutura e Estratégias dos EUA
Artigos e Eventos:
- Publicações regulares sobre desinformação, destacando a China e a Rússia como principais fontes de ameaças informativas.
Programação de Democracia Digital:
- Iniciativas para combater a desinformação e promover valores democráticos, como parte da “Estratégia dos EUA para África”.
Financiamento do Departamento de Estado:
- Recursos dedicados a contrapor as “ações malignas” da China, incluindo a promoção de mídia alinhada aos interesses dos EUA.
Comparação de Táticas
Ambos os países utilizam métodos que incluem:
- Formação de Pessoal: Programas educacionais e de treinamento para influenciar a nova geração de jornalistas.
- Infraestrutura de Comunicação: Investimentos em tecnologia de informação e comunicação para expandir sua presença.
- Conteúdo Próprio: Criação e suporte a meios de comunicação locais para disseminar suas narrativas.
A principal diferença reside no tempo de atuação. Enquanto os EUA têm uma presença histórica consolidada, a China está rapidamente expandindo sua influência, desafiando a hegemonia ocidental.
China |
Implicações para a África
A competição entre China e EUA no espaço mediático africano traz várias consequências:
Diversidade de Informação:
- Aumento de fontes informativas, permitindo aos africanos acesso a múltiplas perspectivas.
Soberania Mediática:
- Fortalecimento dos meios de comunicação locais, diminuindo a dependência de narrativas externas.
Confronto Geopolítico:
- Intensificação do confronto entre potências, com a África como palco de uma nova Guerra Fria informativa.
Impacto na Governança:
- Influência sobre as elites políticas locais, que podem se alinhar com a China ou os EUA, dependendo do apoio recebido.
Conclusão
A disputa pelo poder brando na África entre China e EUA é complexa e multifacetada.
Embora os EUA critiquem as táticas chinesas, ambos os países utilizam métodos semelhantes para promover suas agendas. Para a África, isso representa tanto desafios quanto oportunidades.
A capacidade de navegar entre essas influências será crucial para o futuro desenvolvimento mediático e político do continente.
- Jornalistas Africanos: Aproveitem as oportunidades de formação oferecidas por ambos os lados, mas mantenham a independência editorial.
- Governos Africanos: Promovam um espaço mediático diversificado e soberano, incentivando a pluralidade de vozes.
- Cidadãos: Mantenham-se críticos e informados, reconhecendo a complexidade das influências externas.
Palavras-Chave:
- Poder Brando
- Desinformação
- Influência Mediática
- Geopolítica na África
- China e EUA na África
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