Salários do Congresso Nacional:
Quem Puxa a Fila do Aumento no Brasil?
Você sabia que aumento salarial de deputado federal impacta diretamente diversas carreiras públicas do Brasil?
Quando o salário de um parlamentar sobe, há uma verdadeira “cascata salarial” que atinge outras categorias — e tudo isso às custas do contribuinte.
A seguir, veja uma análise comparativa do custo dos parlamentares e o efeito dominó que seu reajuste provoca em outras carreiras.
O Salário dos Parlamentares
Desde 2023, deputados federais e senadores passaram a receber os seguintes salários brutos:
Ano | Salário Mensal | Salário Anual por Parlamentar |
---|---|---|
2023 | R$ 41.650 | R$ 541.450 |
2024 | R$ 44.008 | R$ 572.104 |
2025 | R$ 46.366 | R$ 602.758 |
Com 513 deputados + 81 senadores = 594 parlamentares, o custo apenas com salários brutos será de:
-
2025: R$ 357,6 milhões/ano (sem contar benefícios e assessores).
Agora vem o efeito cascata.
Carreiras que “copiam” o salário dos deputados
Vários cargos do alto funcionalismo público têm como teto ou referência o salário dos parlamentares.
Isso inclui:
Ministros do STF
-
Sempre recebem o teto máximo constitucional, que historicamente segue o reajuste dos deputados.
-
2025: R$ 46,366 mil mensais por ministro
Procuradores da República
-
Também recebem o teto — ou perto disso — com gratificações.
Reitores de universidades federais
-
O salário base é mais baixo, mas as gratificações levam o total perto do teto.
Auditores da Receita, Juízes, Delegados da PF, Ministros de Estado
-
Todos reajustam com base no teto ou comissões especiais que levam em conta o vencimento parlamentar.
Quanto isso custa para os cofres públicos?
Segundo estimativas da própria Câmara e do TCU, para cada reajuste de 1% no salário dos deputados, o impacto indireto pode chegar a R$ 400 milhões por ano, considerando a cadeia de servidores federais, estaduais e municipais que usam o teto do Congresso como base.
Agora imagine:
-
O reajuste de R$ 6.600 por mês para cada parlamentar entre 2023 e 2025 (de R$ 39 mil para R$ 46 mil) representa:
-
R$ 1,5 bilhão de impacto adicional anual em toda a máquina pública.
-
Comparação com o Brasileiro Médio
Grupo | Renda Média Mensal (2024) |
---|---|
Deputado Federal | R$ 44.008 |
Ministro do STF | R$ 46.366 |
Professor Universitário | R$ 9.000 (com doutorado) |
Médico do SUS | R$ 5.000 – R$ 8.000 |
Policial Militar | R$ 3.000 – R$ 7.000 |
Servente Escolar | R$ 1.400 – R$ 2.200 |
Trabalhador CLT médio | R$ 2.950 |
Salário Mínimo | R$ 1.412 |
Ou seja: um deputado federal ganha mais de 30 vezes o salário mínimo.
E esse valor não inclui:
-
Cota parlamentar
-
Auxílio-moradia
-
Reembolsos diversos
-
Aposentadoria especial
-
Plano de saúde vitalício
O Brasil Gasta Muito com Poucos
Combinando salários, benefícios, aposentadorias e o efeito cascata do aumento salarial:
-
O gasto público com altos salários do funcionalismo brasileiro supera R$ 100 bilhões/ano, dos quais cerca de 20% têm relação com a estrutura parlamentar ou com cargos atrelados ao Congresso.
Em comparação, o orçamento anual do Bolsa Família é de R$ 169 bilhões em 2024 — atendendo 21 milhões de famílias.
Por que isso continua?
Porque quem decide o próprio salário é o próprio Congresso.
E os aumentos são quase sempre aprovados em votações simbólicas, perto do recesso, com mínima cobertura da imprensa.
Além disso, os reajustes não vêm sozinhos: carregam consigo toda uma estrutura de poder que vive da vinculação salarial.
O Brasil precisa romper com o ciclo do aumento automático
Se o país quiser cortar gastos de verdade, precisa começar por quem está no topo.
Questionar os altos salários do Congresso e seu impacto no restante da máquina pública não é populismo — é responsabilidade fiscal.
O discurso de “não há dinheiro” só serve para os de baixo, aposentados, pensionista, BPC ou salário mínimo.
Para os de cima, a conta continua aberta — paga por você.