Estados Unidos pediram ao Brasil US$ 5 milhões, para financiar o exército do Afeganistão;
Em Setembro de 2008, a embaixada americana procurou o governo brasileiro para pedir 5 milhões de dólares para as forças militares do Afeganistão.
O pedido foi um de muitos pedidos de assistência para o país negados pelo Itamaraty.
O telegrama de 3 de Outubro relata que o representante político da embaixada encontrou com o embaixador Marcos Pinta Gama e no dia 29 com a secretária responsável pelo Afeganistão no MRE, Marisa Kenicke, para pedir o montante.
Pinta Gama declinou, dizendo que o Brasil:
"tem procurado projetos relacionados a desenvolvimento mais do que apoio aos militares",
Mas mesmo assim não tinha encontrado uma oportunidade adequada.
"O pedido de cinco milhões de dólares ao longo de cinco anos é bem maior do que muitos outros pedidos que fizemos e que seguem sem resposta",
Comentou o então embaixador Cliffords Sobel.
"Os recursos do Brasil para assistência em geral são extremamente limitados, e o governo tende a preferir assistência técnica para projetos de desenvolvimento social".
Em 2009, o tema volta à pauta da embaixada, como mostra outro telegrama confidencial, do dia 14 de abril.
Trata-se de um relatório sobre outra reunião, com o embaixador Roberto Jaguaribe, subsecretária para assuntos políticos, que terminou em mais uma negativa.
Jaguaribe teria dito a Sobel que, por causa da redução da verba para assistência no Congresso, a chance de conseguir fundos era "muito pequena", mas talvez fosse possível obter alimentos.
Para ele, o Brasil olha o Afeganistão como:
"remoto e distante",
Seguindo os desenvolvimentos no país mas sem ser;
"um ator relevante"
Embora houvesse a possibilidade de abrir uma embaixada em Kabul.
Ele também teria sugerido que o Irã poderia ser um ator relevante na região.
Para Sobel, conforme ele descreve no documento, há três obstáculos para uma ajuda brasileira:
"a) O orçamento brasileiro,
b) Receptividade política,
c) Dificuldade brasileira em ’abraçar algo que não formulou’".
Estados Unidos pediram que Brasil doasse US$ 10 mi à Palestina:
Um telegrama publicado, revela os bastidores da mudança de postura que significou o governo de Barack Obama em relação às negociações de paz entre Israel e Palestina.
O documento confidencial, datado de 4 de Setembro de 2009, mostra que a diplomacia americana pediu que o governo brasileiro doasse 10 milhões de dólares para a Autoridade Nacional Palestina.
Mas o Itamaraty não deu uma resposta conclusiva, alegando que outra doação US$ 10 milhões para a reconstrução da faixa de Gaza ainda não havia sido aprovada pelo Congresso.
A doação de 25 milhões de reais acabou sendo feita apenas em meados do ano passado, e sob críticas.
Congressistas consideravam que o dinheiro era muito necessário para o Brasil.
Já os EUA têm aumentado significativamente suas doações para a autoridade palestina.
No total, os Estados Unidos doaram 740 milhões de dólares à Palestina em 2010 para:
1) Fortalecer a instituição,
2) "Treinar forças de segurança
3) Manter os palestinos engajados nas discussões de paz.
Reunião:
O documento descreve uma reunião em 3 de setembro de 2009 do representante político da embaixada com os então diretores da divisão do Itamaraty para Oriente Médio, Claudio Nascimento e Roberto Abdalla.
“Embora Nascimento, em particular, tenha se mostrado entusiasta do conceito de prover fundos para a Autoridade Palestina diante das negociações de paz, eles admitiram que os US$10 milhões prometidos para a reconstrução de Gaza pelo ministro Celso Amorim antes da Cúpula América do Sul-Países Árabes ainda não foi aprovada pelo congresso”,
Diz o telegrama.
O documento mostra que o Itamaraty elogiou a postura de Obama sobre o tema.
Nascimento teria elogiado a aproximação com a Síria e a ênfase do governo Obama em pedir o fim da expansão dos assentamentos na faixa de Gaza.
“Em contraste com reuniões anteriores com a embaixada, nas quais o Itamaraty tem geralmente criticado a política dos EUA para o Oriente Médio, a resposta sobre a postura dos EUA à questão Israel-Palestina foi bastante positiva.
Eles elogiaram especificamente o presidente Obama e o enviado especial (americano, George) Mitchell por terem uma postura diferente e mais prática”.
Posição brasileira é “indefinida”
segundo a análise da conselheira da embaixada em Brasília Lisa Kubiske, autora do telegrama, o
“entusiasmo” do Itamaraty dificilmente se converterá em ações concretas.
“Mas o Brasil está determinado a assumir um papel maior”,
Prossegue ela.
“Contatos adicionais com o governo brasileiro sobre esse tema serão boas para informar e influenciar o que ainda é uma política relativamente indefinida com relação à região e em, particular ao processo de paz Israel-Palestina em particular”.
A revelação acontece em meio à polêmica dos documentos publicados pela Al Jazeera que alegam que a Autoridade Palestina teria oferecido parte de Jerusalém a Israel em busca de um acordo de paz.
Os documentos também mostram a cooperação próxima entre forças de segurança israelense e a autoridade palestina