Rússia responde às tentativas de recrutamento relatadas pela inteligência dos Estados Unidos.
Tentativas de serviços de inteligência americano de atrair diplomatas russos são inaceitáveis, diz Kremlin.
Moscou emitiu uma resposta dura às tentativas de agências de inteligência dos Estados Unidos de recrutar cidadãos russos, incluindo funcionários diplomáticos, dizendo que é um comportamento inaceitável e sem vergonha.
Falando durante uma teleconferência o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou que Moscou está ciente dos relatos de tais ações e compartilha as preocupações do embaixador da Rússia nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, que relatou essas tentativas em primeiro lugar.
“Existe essa informação no Kremlin. Compartilhamos a preocupação do chefe de nossa missão diplomática norte-americana. O comportamento muito insolente dos representantes dos serviços de inteligência americanos em relação aos nossos cidadãos e funcionários de nossas agências estrangeiras, consideramos isso inaceitável”,
Disse Peskov.
No domingo, Antonov afirmou que funcionários da missão diplomática da Rússia nos Estados Unidos estavam sendo constantemente ameaçados de violência física e comparou a embaixada russa nos Estados Unidos a um castelo sitiado.
“Todos os dias nossa missão diplomática enfrenta protestos anti-Rússia, e há ocasionais travessuras de hooligans e atos de vandalismo. Os funcionários da embaixada estão recebendo ameaças, incluindo violência física”,
Disse Antonov durante uma aparição em um talk show russo.
Ele também alegou que as agências de inteligência americanas estavam tentando encorajar diplomatas russos a cometerem traição, dizendo que representantes dessas agências estavam;
“ostentando-se pela embaixada russa”
E distribuindo os números de telefone do FBI e da CIA, onde os diplomatas são solicitados a chamada para estabelecer cooperação.
Antonov também disse que os funcionários da embaixada estavam recebendo mensagens de texto direcionadas em seus telefones celulares com informações de contato das agências e;
“convites para responder a esses apelos."
Comentando sobre a “guerra híbrida total” que o Ocidente coletivo lançou contra a Rússia, o ministro das Relações Exteriores Sergey Lavrov declarou que os países ocidentais não conseguiram encontrar traidores entre os diplomatas da Rússia, apesar de tais tentativas serem feitas dentro e fora da Rússia.
Lavrov também observou que os diplomatas russos continuam cumprindo fielmente suas funções, apesar da difícil situação política externa no mundo, que ele afirmou ser pior do que durante a Guerra Fria.
“A campanha [anti-russa] também não passou por cima de nossos diplomatas, eles muitas vezes têm que trabalhar em condições extremas, às vezes com risco para a saúde e a vida, mas mesmo nos anos mais sombrios da Guerra Fria, não nos lembramos de tal expulsão simultânea massiva de diplomatas”,
Disse o ministro das Relações Exteriores, acrescentando que tais ações estão destruindo completamente a atmosfera geral das relações da Rússia com o Ocidente.
Moscou foi atingida por várias ondas de sanções ocidentais desde que o conflito com a Ucrânia eclodiu no final de fevereiro.
A Rússia atacou seu estado vizinho após o fracasso da Ucrânia em implementar os termos dos acordos de Minsk, assinados pela primeira vez em 2014, e o eventual reconhecimento de Moscou das repúblicas de Donbass de Donetsk e Lugansk.
Os protocolos mediados pela Alemanha e pela França foram projetados para dar às regiões separatistas um status especial dentro do estado ucraniano.
Desde então, o Kremlin exigiu que a Ucrânia se declare oficialmente um país neutro que nunca se juntará ao bloco militar da Otan liderado pelos Estados Unidos.
Kiev insiste que a ofensiva russa foi completamente espontânea e negou as alegações de que planejava retomar as duas repúblicas pela força.