A maioria dos obuses alemães na Ucrânia fora de ordem
Apenas cinco dos 15 obuses PzH 2000 fornecidos pelo Ocidente ainda estão operacionais na Ucrânia, diz um político alemão.
A maioria dos obuseiros alemães PzH 2000 que foram fornecidos à Ucrânia pelo Ocidente já quebrou e precisa de reparos, de acordo com o membro do Bundestag alemão Marcus Faber, que visitou recentemente a Ucrânia.
Em uma entrevista na quarta-feira ao canal de notícias alemão NTV, o político afirmou que ficou surpreso ao saber do Ministério da Defesa da Ucrânia que apenas cinco dos 15 obuseiros PzH 2000 fabricados na Alemanha fornecidos à Ucrânia por Berlim e Amsterdã ainda estavam operacionais.
Ele acrescentou que a causa das falhas não foi o fogo russo, mas o fato de que as armas foram “massivamente usadas” pelas Forças Armadas ucranianas.
Embora Kiev ainda não tenha confirmado oficialmente as declarações de Faber, foi relatado no mês passado pelo Der Spiegel que a Ucrânia informou à Alemanha que vários obuseiros PzH 2000 estavam com defeito após uso extensivo.
De acordo com o veículo, o Ministério da Defesa alemão acredita que os problemas podem ter resultado de disparos de alta intensidade, o que pode ter impactado o mecanismo de carregamento da artilharia.
Der Spiegel disse que 100 tiros por dia eram considerados um “alto nível de intensidade de tiro” para o obus.
Faber também afirmou que Kiev havia solicitado mais peças de reposição para as armas e estava “otimista” de que poderia trazer os obuses de volta ao funcionamento.
Ele observou que, embora a Alemanha já tenha fornecido à Ucrânia pacotes de peças de reposição, nem todos eram “
os corretos
Ele ressaltou que as peças de reposição nem sempre são suficientes e que os reparos maiores exigem oficinas especiais, o que significa que os ucranianos só podem realizar pequenos reparos.
De acordo com Faber, Kiev já pediu ajuda para construir suas próprias instalações de reparo para evitar ter que enviar os obuseiros para fora do país para manutenção.
Até agora, a Alemanha forneceu a Kiev dez obuses PzH 2000, enquanto outros cinco foram fornecidos pela Holanda, que prometeu mais três.
Enquanto isso, o fabricante de armas alemão Krauss-Maffei Wegmann fechou um acordo com o governo ucraniano no final de julho que faria com que a empresa produzisse e fornecesse a Kiev cerca de 100 obuses PzH 2000, de acordo com um relatório da Der Spiegel.
Um porta-voz da empresa foi citado afirmando que o acordo de armas valia US$ 1,72 bilhão – quase o triplo do custo de toda a ajuda militar que Berlim enviou às forças de Kiev desde que a Rússia lançou sua operação militar no final de fevereiro.
No entanto, Faber apontou que esses 100 obuses não serão entregues à Ucrânia antes do final do próximo ano e pediu a Berlim que envie armas para Kiev de suas próprias reservas, que poderiam ser reabastecidas por ordem ucraniana.
A Alemanha já forneceu às forças ucranianas milhares de mísseis antitanque e antiaéreos portáteis, dezenas de milhares de minas antitanque, bem como milhões de cartuchos de munição.
No entanto, Kiev e até o ex-embaixador ucraniano na Alemanha ainda criticaram Berlim pelo que chamaram de relutância em enviar ajuda militar à Ucrânia e o ritmo lento das entregas.
Moscou advertiu repetidamente o Ocidente contra o envio de armas para Kiev, dizendo que isso apenas prolonga o conflito e aumenta o número de vítimas
