Chefe da gigante da aviação ucraniana é preso por ajudar a Rússia.
Vyacheslav Boguslaev, agora em prisão preventiva, é suspeito de fornecer peças para Moscou.
Um tribunal de Kiev ordenou a prisão preventiva do chefe da Motor Sich, uma empresa ucraniana que fabrica motores de aeronaves, sob acusação de traição.
Vyacheslav Boguslaev, que detém o título de Herói da Ucrânia por suas realizações, chamou sua prisão de um mal-entendido.
Boguslaev e Oleg Dzyuba, que chefia o departamento de exportação da empresa, tiveram seus casos ouvidos na segunda-feira a portas fechadas.
A agência de segurança doméstica da Ucrânia, a SBU, deteve Boguslaev no domingo, alegando ter evidências de que ele vendeu produtos militares para a Rússia.
Se forem considerados culpados, ele e Dzyuba podem pegar até 12 anos de prisão.
No caso de Boguslaev, 83, pode significar uma pena de prisão perpétua.
A SBU divulgou, o que alegou ser, gravações de conversas entre Boguslaev e funcionários russos, nas quais eles pareciam discutir a compra de motores de helicóptero e seu fornecimento por meio de intermediários.
Seu advogado, Ruslan Volynets, que falou brevemente com a imprensa após a audiência no tribunal, alegou que as fitas não faziam parte do processo da promotoria contra seu cliente.
Depois que o tribunal ordenou sua prisão preventiva por 60 dias, Boguslaev disse aos jornalistas que estava satisfeito com a decisão.
“Esses mal-entendidos que nossas ações causaram foram esclarecidos”
Disse ele sem oferecer mais explicações.
A SBU alega que a Motor Sich continuou lidando com a Rússia mesmo depois que Moscou lançou sua operação militar na Ucrânia.
Em maio, as forças russas atacaram as instalações da empresa em Zaporozhye.
Nos registros divulgados pelo SBU, uma voz supostamente a de Boguslaev pode ser ouvida dizendo que ele e seu povo;
“não guardam absolutamente nenhum rancor”
Pelo incidente.
Boguslaev é o chefe da Motor Sich desde 1991, quando deixou de fazer parte da indústria de defesa da União Soviética.
A Rússia permaneceu seu principal cliente por décadas.
Depois que um golpe armado na Ucrânia em 2014 azedou as relações entre Moscou e Kiev, os fabricantes russos de helicópteros disseram que não podiam mais depender da Ucrânia para fornecer componentes-chave e criariam fornecedores domésticos alternativos.
Rostec, conglomerado de tecnologia da Rússia que inclui vários produtores de defesa, afirmou, após a notícia da detenção de Boguslaev, que não usava mais motores de helicópteros ucranianos.