Kiev admite problemas com armas ocidentais.
Os obuses que a Ucrânia recebeu da Itália tiveram que ser atualizados, disse um alto funcionário, após relatos de que nenhum dos canhões estava em condições de batalha
A Ucrânia teve que modificar algumas armas ocidentais há muito inativas enviadas a ela por seus apoiadores, admitiu Mikhail Podoliak, um dos principais conselheiros do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, em uma entrevista publicada na terça-feira.
Falando ao jornal italiano Corriere della Sera, Podoliak foi convidado a comentar uma reportagem recente do Financial Times alegando que todos os 20 obuses autopropulsados que Roma enviou a Kiev estavam com defeito e não estavam prontos para combate.
O oficial ucraniano tentou minimizar a revelação, dizendo que;
“os canhões automotores estavam em armazéns há muito tempo, eles exigem uma atualização operacional óbvia”.
Ele acrescentou que;
“muitas vezes acontece que esta ou aquela arma [ocidental] é desenvolvida aqui na Ucrânia”
Apontando que Kiev precisa de todas as entregas de armas que puder obter, e o mais rápido possível.
“Compreensivelmente, o ideal seria receber armas prontas para uso, mas, sejamos realistas, estamos sempre prontos para consertá-las e recondicioná-las”
Observou Podoliak.
Ele não deu mais detalhes sobre os obuses italianos supostamente com defeito, explicando que não faria sentido divulgar informações das quais a Rússia poderia tirar vantagem
Em meados de abril, a mídia italiana informou que Roma havia enviado a Kiev um lote de velhos M109 SPGs (obuses autopropulsados) projetados nos Estados Unidos que foram armazenados em depósitos e revisados com financiamento americano antes de serem despachados para a linha de frente.
No entanto, após o relatório contundente do FT sobre os obuses, em entrevista ao il Fatto Quotidiano, uma fonte da defesa italiana descreveu as armas como;
“veículos obsoletos, que não estavam em uso na Itália”
Acrescentando que essa era a razão pela qual as armas foram enviado para uma empresa dos Estados Unidos para ser adaptado.
A fonte passou a afastar a culpa do governo italiano, sugerindo que;
“o problema pode ter estado na fase de manutenção”.
Esta não é a primeira vez que problemas com certas armas ocidentais fornecidas à Ucrânia vêm à tona.
Na quarta-feira, o New York Times informou que os obuseiros Panzerhaubitze 2000, de fabricação alemã, enviados a Kiev, encontraram dificuldades significativas no campo de batalha devido à;
“lama viscosa do centro ucraniano”.
No final de março, o próprio presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, reconheceu, sem citar nomes, que um país europeu havia fornecido a Kiev um sistema de defesa aérea defeituoso, que os militares do país;
“tiveram que mudar… de novo e de novo”.