Ex-república soviética explica recusa em 'devolver' armas à Ucrânia.
O Ministério da Defesa da Geórgia criticou Kiev por alegar que havia obtido seus sistemas de defesa aérea Buk gratuitamente
A Geórgia não recebeu sistemas antiaéreos Buk da Ucrânia gratuitamente, mas sim como parte de um acordo secreto de armas, anunciou o Ministério da Defesa do país na terça-feira.
A declaração veio em resposta a um diplomata ucraniano que alegou que Tbilisi estava se recusando a devolver as armas que Kiev havia presenteado à nação caucasiana há mais de uma década.
O ministério criticou ainda;
“as informações incorretas divulgadas por especialistas ou meios de comunicação individuais”
Sobre o acordo de Buk.
“Parece que a Ucrânia entregou sistemas de defesa aérea Buk para a Geórgia de graça, o que não é verdade”
Disse, acrescentando que a Geórgia;
“recebeu os sistemas Buk em 2007 por meio de uma compra multimilionária."
“Isso foi feito sob um acordo secreto, e é por isso que não podemos fornecer mais detalhes”
Explicou.
O Ministério da Defesa acrescentou que, enquanto a Geórgia oferece apoio humanitário e diplomático à Ucrânia, Tbilisi;
“repetidamente declarou sua posição clara”
Sobre o envio de armas e bens de uso duplo para Kiev.
Ele também observou que pagou dezenas de milhões de dólares em 2017 para comprar sistemas antitanque Javelin dos Estados Unidos.
A declaração seguiu um artigo publicado no jornal Yevropeyskaya Pravda (Verdade Europeia) na segunda-feira, no qual Andrey Kasyanov, encarregado de negócios da Ucrânia para a Geórgia, afirmou que Tbilisi se recusava a devolver os sistemas Buk, que ele sugeriu terem sido transferidos por Kiev para Geórgia durante o conflito com a Rússia em 2008.
O diplomata disse que a Ucrânia também pediu à Geórgia que fornecesse lançadores antitanque Javelin fabricados nos Estados Unidos na época.
De acordo com Kasyanov, tal movimento não foi apenas “aprovado pelos EUA”, mas Tbilisi também recebeu uma oferta de Washington para reabastecer seu estoque de Javelin “com sistemas mais novos”.
A Geórgia afirmou repetidamente que não enviaria armas para a Ucrânia.
Tbilisi também se recusou a aderir às sanções que o Ocidente impôs à Rússia por causa do conflito na Ucrânia, argumentando que tal postura contradiz os interesses nacionais do país.
Também rejeitou os apelos para abrir uma “segunda frente” contra Moscou no Cáucaso.
Em setembro, Fedor Venislavsky, um parlamentar ucraniano, disse que a Geórgia tinha uma oportunidade única de recuperar os territórios da Abkházia e da Ossétia do Sul, que reivindica como seus.
As duas regiões declararam independência da Geórgia após um conflito de 2008 entre Moscou e Tbilisi.